11 de Janeiro, 2006 Ricardo Alves
A próxima campanha política da ICAR
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A CEP exige que a legislação restrinja a casais heterossexuais o direito à procriação medicamente assistida. Segundo os bispos, é mesmo um «dever ético» impedir as pessoas sozinhas ou os casais homossexuais de terem filhos por fecundação assistida. Depreende-se que será também um «dever ético» impedir essas pessoas de procurarem a felicidade de qualquer outra forma que os bispos católicos não aprovem.
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A CEP exige que se interdite a doação de esperma ou óvulos, para que não haja «dissociação entre paternidade genética e social». Registe-se que tão desastrado é o argumento que a CEP encontrou para repudiar a generosidade de quem ajuda outrem a ter filhos que, se fosse levado a sério, implicaria a proibição da adopção!
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A CEP exige que se proíba o «recurso a mães portadoras», devido ao potencial de «conflito» que esta situação demonstrou «noutros países». Neste ponto, os bispos católicos voltam a rejeitar liminarmente as práticas potencialmente generosas que não compreendem.
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A CEP exige ainda que se «[evite] a existência de embriões excedentários» e, se existirem, que se proíba a investigação científica nestes. Curiosamente, os bispos católicos nada dizem quanto à possibilidade de a investigação em embriões vir a melhorar vidas. Não é, nitidamente, a qualidade de vida das pessoas que preocupa estes clericais.