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Dia: 27 de Agosto, 2005

27 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Mais um pregador do ódio

O fanático pastor da Igreja Baptista de Westboro, Kansas, vai a caminho da odiada Suécia, terra dos sodomitas, «caçar» o respectivo rei, que Phelps considera ser mais um dos odiados homossexuais.

Esta igreja, que afirma ser a homossexualidade um pecado merecedor da morte, é apenas um exemplo dos extremos a que a agenda dos teocratas pode chegar.

Certamente que se o Deus a que Phelps agradece pelos atentados em Londres fosse o Deus cujas «leis» estão expressas no Corão e não na Bíblia alguma medida já teria sido tomada contra ele!

27 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Venezuela aperta regras sobre pregadores

Os prosélitos da fé podem agradecer às piedosas palavras do ícone evangélico Pat Robertson o recente anúncio restringindo a actividade de pregadores religiosos na Venezuela.

O director dos assuntos religiosos do Ministério da Justiça venezuelano, Carlos González, informou ontem que estão suspensas as autorizações para missionários enquanto o governo trabalha em legislação que visa apertar a regulamentação sobre pregadores da «verdadeira» fé, qualquer que ela seja, na Venezuela.

O anúncio surge quatro dias depois de Robertson ter pedido o assassinato de Chávez, pedido transmitido em directo para o mundo inteiro pela cadeia televisiva que preside, a CBN (Christian Broadcast Network). As palavras de Robertson foram classificadas ontem pelo presidente venezuelano de «puro terrorismo». Chávez afirmou ainda que o ex-candidato presidencial republicano«expressava os desejos da elite dos Estados Unidos».

27 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

O perigo vem do Vaticano

A aproximação da ICAR à seita extremista de Mons. Lefebvre, Fraternidade Sacerdotal S. Pio X, (FSSPX), de que Ricardo Alves nos dá conta no seu artigo «Ratzinger abre-se à extrema-direita», é uma notícia assustadora.

O Papa Ratzinger é, pelo seu passado e pela actual conduta, um intelectual extremista, defensor do absolutismo católico. Já o finado JP2 assistiu com mágoa à dissidência do bispo Lefebvre e à separação do magistério pontifício do seminário de Ecône, na Suiça. Nessa altura, a correlação de forças dentro da ICAR não favorecia a extrema-direita.

Dito de outra forma, a memória do concílio Vaticano II estava fresca e a existência de cardeais nomeados por João XXIII não permitiam o regresso à ortodoxia do concílio de Trento, nem era prudente lembrar o conluio do catolicismo com os regimes fascistas.

Calculo a mágoa JP2 a excomungar o bispo de Ecône, adversário do Vaticano II, essa «renovação diabólica» em direcção ao «liberalismo, protestantismo e a revolução».

Este encontro fraterno entre os sucessores de Marcel Lefebvre e B16 é o retorno à Igreja pré-conciliar que o extremismo do Vaticano advoga com o apoio material e espiritual da mais tenebrosa e opaca das suas seitas – o Opus Dei, prelatura pessoal dos dois últimos Papas e um alfobre de santos, banqueiros, políticos e falsários.

João XXIII deixa de ser desculpa para a reconciliação com a modernidade, a tolerância democrática e a condescendência com outras religiões. Quem não estiver de acordo sai. Alguns vão afastar-se, mas o espírito do Vaticano I e do concílio de Trento ressuscitará no seu máximo esplendor, com o clericalismo no seu apogeu, regressando as purgas e as perseguições.

Vêm aí os talibãs da ICAR. O grande inquisidor B16 tentará ajoelhar o mundo a seus pés. Tem um exército «mais poderoso e até mais rico do que muitos Estados do Terceiro Mundo» – o Opus Dei.

«O Mundo Secreto do Opus Dei demonstra que esta sociedade secreta é, no mais ínfimo detalhe, tão implacável para atingir os seus objectivos como os apoiantes mais fanáticos do Islão. (…) e desenvolve as suas influências tentaculares pelos quatro continentes» – lê-se em «O Mundo Secreto do OPUS DEI», de Robert Hutchison, que tem o subtítulo premonitório:

«Preparando o confronto final entre o Mundo Cristão e o Radicalismo Islâmico».