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Dia: 11 de Janeiro, 2005

11 de Janeiro, 2005 jvasco

Maremoto foi obra de Alá

O maremoto que deixou mais de 156 mil mortos no sul e sudeste da Ásia em 26 de dezembro foi causado por Alá, para castigar os homens por não respeitarem os seus mandamentos, de acordo com os líderes islâmicos do Sri Lanka.

Os “factos” que comprovam esta afirmação são vários:

1. Uma imagem das ondas obtida por satélite onde se pode ver “claramente” o nome de Alá escrito em árabe

2. Os relatos do dilúvio descritos no episódio de Noé, do Genesis

3. Num povoado, entre as casa destruídas, uma escola Islâmica encontrava-se intacta

Mais provas para quê? Consta que Alá já tinha aplicado à região alguns castigos menores (como dificuldades económicas), mas, não tendo sido ouvido, resolveu intervir por forma a não deixar margem para dúvidas.

Às vezes parece que o ridículo não tem limites. E não se pense que este tipo de conclusões ocorreu apenas aos devotos islâmicos: um excelente artigo (DIES IRAE) do blog de esquerda faz referência a uma série de conclusões similares tiradas por membros do clero das mais diferentes religiões.

11 de Janeiro, 2005 Carlos Esperança

A Virgem Maria

Virgem Maria, farta das companhias e do Céu, onde subiu em corpo e alma, aborrecida do silêncio e da disciplina, cansada de quase vinte séculos de ociosidade e virtude, esgueira-se às vezes pela porta das traseiras e desce à Terra.

Traz a ladainha do costume, a promoção do terço de que é mensageira e ameaças aos inocentes. Poisa em árvores de pequeno porte, sobe aos montes de altitude moderada e atreve-se em grutas, pouco recomendáveis para a virgindade e o reumatismo, sempre com o objectivo de promover a fé e os bons costumes, de abominar o comunismo e anatematizar os pecados do mundo.

A receita é sempre a mesma: rezar, rezar muito, rezar sempre, que, enquanto se reza não se peca. Não ajuda a humanidade mas beneficia o destino da alma e faz a profilaxia das perpétuas penas que aos infiéis estão reservadas no Inferno.

Surpreende que, sendo tão vasto o mundo, a Virgem Maria só conheça os caminhos dos seus devotos e abandone os que adoram um Deus errado e odeiam o seu divino filho que veio ao mundo para salvar toda a gente.

Fica-se pela Europa, em zonas não contaminadas pela Reforma, aventura-se na América Latina, eventualmente visita a África e nunca mais voltou a Nazaré e àqueles sítios onde suportou os maus humores do seu divino filho e as desconfianças do marido. Ficando-lhe as viagens de graça, por não precisar de combustível, não se percebe que não volte aos sítios da infância, não vá em peregrinação ao Gólgota, não deambule pela Palestina e advirta aqueles chalados de que o bruto e ignorante Maomé é uma desgraça que se espalhou pela zona como outrora a peste, que a única e clara verdade é o mistério da Santíssima Trindade.

Por ter hora marcada ou para não se deixar seduzir pelas tentações do mundo, a virgem Maria regressa ao Céu, depois de exibir uns truques e arengar uns conselhos, sem dar tempo a que alguém de são juízo a interrogue, lhe pergunte pela saúde do marido e do menino e lhe mande beijos para os anjos e abraços aos bem-aventurados que estão no céu.

Um dia a Virgem Maria, com mais tempo e autonomia de voo, encontra um ateu e fica à conversa. Há-de arrepender-se dos sustos que prega, das mentiras que divulga e chegar à conclusão de que o terço faz mal às pessoas, estimula o ódio às outras religiões e agrava as tendinites aos fregueses.