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Dia: 3 de Novembro, 2004

3 de Novembro, 2004 Carlos Esperança

História do Diário Ateísta

Em 29 de Julho de 2003 o Ricardo Pinho (RP) escreveu um texto a manifestar dúvidas, que partilhava com o Cachapa, sobre a bondade da ideia de um blog de ateus.

Escreveu então que «é fundamental que os blogs não sejam um espaço onde não se venham a escrever textos». Era a resposta ao entusiasmo do Aires, da Mariana e do Miguel Duarte que pretendiam partir para a nova aventura.

Em 20 de Novembro RP escreveu um texto com as regras de candidatura a «participante do blog». No dia 30 de Novembro o João Vasco anunciou a chegada dos ateus à blogosfera com este segundo e último texto do mês.

Em Dezembro, primeiro mês de experiência, a Mariana, o João Vasco, o Hugo Charneca e o Ricardo Pinho publicaram 17 textos e a foto do 1.º Encontro Nacional de Ateus. Daí para cá é conhecido o percurso.

Penso que podemos considerar o dia 30 de Novembro de 2003, anunciado então pelo João Vasco, como o 1.º dia do Diário Ateísta cujo 1.º aniversário e a respectiva comemoração se aproximam.

3 de Novembro, 2004 jvasco

Bush ganhou…

Havia duas opções: um católico para quem a sua fé era muito importante, e um metodista que acreditava seguir o plano que Deus tinha para si.

A diferença é que Kerry, o católico, não era fundamentalista religioso, não conquistou o poder à custa dos fundamentalistas religiosos, iria respeitar a separação de poderes, e seria o melhor caminho para que as leis dos EUA respeitassem uma constituição laica.

Bush, o metodista vencedor, é o líder ideal para que esta nação tão poderosa caminhe para o obscurantismo. Também é o líder ideal para promover o ódio e o fundamentalismo islâmico em várias nações e culturas.

Como cidadão do mundo, lamento o que se passou.

3 de Novembro, 2004 Ricardo Alves

Ide evangelizar os peixinhos!

Segundo notícias fidedignas da mui católica agência Ecclesia, estará «a caminho de Lisboa» uma operação de propaganda da religião católica apostólica romana intitulada «Nova Evangelização».
Anuncio desde já aos candidatos a «evangelizadores» que sou ateu e tenciono continuar a sê-lo até à última descarga eléctrica do meu cérebro. Mais os previno de que a minha ética laica lhes reconhece o direito de me tentarem convencer a partilhar da sua fé, mas que tal direito é recíproco do meu direito a convencê-los a abandonarem a sua religião. Aviso-os ainda de que respeito o proselitismo feito com meios privados, mas que execro quem usa meios do Estado e o dinheiro de todos para propagandear a religião de alguns. Advirto que tenho conhecimentos de Cosmologia, Lógica, Física Quântica e Biologia que contrariam as teses históricas da ICAR, e que talvez os utilize. Mais os informo de que, por muito que isso lhes custe, não me privo de falar da Inquisição e do Estado Novo quando me apetecer e até de troçar de Fátima. Faço saber que dispenso conselhos sobre a minha vida privada, e que a vida sexual de outrém, desde que seja livre, não me incomoda. Previno-os finalmente de que, se pensam adoptar os métodos da concorrência e impingirem-me revistas coloridas, não levarão mais do que fotocópias a preto e branco do Voltaire, do Tomás da Fonseca, do Russel e do «Diário Ateísta».
Peço ainda a caridade de não me tentarem evangelizar aos fins de semana antes das dez da manhã.
3 de Novembro, 2004 Carlos Esperança

Filhas mortas à facada

Abdel Nasser Ibrahim Mahmud, um homem a quem Deus outorgou o privilégio de se tornar «muezin» (uma espécie de tocador de sinos da ICAR, ou seja, o muçulmano que do minarete da mesquita anuncia o horário das orações), esfaqueou até à morte quatro das suas sete filhas e deixou seriamente feridas as restantes três, depois de ter expulsado de casa, um mês antes, a mulher que em 18 anos só lhe deu filhas.

O piedoso muçulmano terá confessado aos vizinhos: «eu matei-as porque não queria meninas, queria um menino». A piedosa selvajaria aconteceu numa das regiões mais retrógradas e piedosas do Egipto (185 km. a sul de Sohag), uma região onde é considerada uma humilhação a ausência de um herdeiro do sexo masculino.

Perante um Deus misógino e cruel, para os crentes cuja demência acompanha a devoção, o crime é um acto de fé, uma forma extrema de busca da santidade e do martírio.