5 de Maio, 2016 Carlos Esperança
Superstição e logro – CM, hoje
O processo de alienação popular continua na poderosa operação de marketing para preparar o centenário da encenação celestial.
O processo de alienação popular continua na poderosa operação de marketing para preparar o centenário da encenação celestial.
Carlos Esperança, Presidente da Direcção da AAP – Associação Ateísta Portuguesa, reage, na “Paivense FM”, ao atropelo à laicidade cometido numa escola pública de Castelo de Paiva. A AAP já questionou o Ministro da Educação sobre mais um episódio que põe em causa valores fundamentais da Constituição da República Portuguesa.
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Lúcia nasceu em 1907, Mary Quant em 1934. Ambas tiveram visões. Uma viu espíritos; a outra, corpos. A primeira dedicou-se à oração e à clausura, a segunda à criatividade e ao trabalho. Lúcia queria as mulheres com o corpo escondido, Mary com ele exposto. A primeira exaltou a fé, a segunda a alegria. No Carmelo usa-se o cilício para castigar o corpo; fora, o corpo busca a felicidade e rejeita interditos.
Não se sabe quantas almas Lúcia afastou do Inferno, onde viajou em vida, mas sabe-se que milhões de mulheres foram felizes, na apoteose da beleza, atraídas pela feliz criação da estilista, a minissaia.
De um lado a flagelação do corpo, para salvar a alma; do outro, a glorificação da vida.
A Senhora de Fátima disse à Lúcia para aprender a ler, talvez para a preparar para o magistério pio de que é exemplo a carta a Marcelo Caetano, que abaixo menciono. A vidente das Carmelitas Descalças, em Coimbra, crítica da moda feminina, escreveu, em 24 de fevereiro de 1971, ao Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, implorando medidas legislativas sobre as vestes femininas:
«…não seja permitido vestir igual aos homens, nem vestidos transparentes, nem curtos acima do joelho, nem decotes a baixo mais de três centímetros da clavícula. A transgressão dessas leis deve ser punida com multas, tanto para as nacionais como para as estrangeiras».
(In Arquivos Marcelo Caetano, citados em Os Espanhóis e Portugal de J.F. Antunes Ed. Oficina do Livro)
Até aprendeu o que era a clavícula, guiada pela Virgem nos caminhos da estética! Foi pena a estilista não ter sido solicitada para desenhar os hábitos das carmelitas. Quem sabe se não teria dado um contributo para atrair vocações, superior ao das orações.
De acordo com os interrogatórios feitos a Lúcia depois do «bailado do sol» de 13 de outubro de 1917, surgiu «Nossa Senhora vestida de branco» sobre a azinheira e, como de costume, depois de um relâmpago. Comunicou-lhe [Nossa Senhora] que deviam rezar o terço em sua homenagem e rogou-lhe que não a ofendessem mais, [quem?].
Entre o pedido de uma «capelinha» no local e informação sobre o regresso dos militares que combatiam na guerra, anunciou-lhes que a guerra acabava naquele dia, o que prova que era escassa a informação e de pouca confiança os informadores de ‘Nossa Senhora’.
Lúcia revelou ainda que, logo após o desaparecimento da visão, que a Igreja católica, ao longo dos anos, converteria em ‘aparição’, olhou para o sol e viu «S. José vestido de branco», o ‘Menino Jesus vestido d’encarnado’ e ‘Nosso Senhor da cintura para cima’.
Os dados referidos, que constam da pág. 49 do livro «O Sol Bailou ao Meio-Dia», do historiador Luís Filipe Torgal, deixam-nos perplexos. Isto de o Menino Jesus vestir de determinada cor e ‘Nosso Senhor da cintura para cima’, para além de não se saber se alguma nuvem vestiu Nosso Senhor da cintura para baixo ou se, perante as crianças, se esqueceu de cobrir as partes pudendas, leva-nos a concluir que Nosso Senhor apareceu em criança, como Menino Jesus, e em adulto, como Nosso Senhor.
Recordei a guia italiana a quem um turista perguntou de quem era o esqueleto pequeno, dependurado junto de outro, grande, de um santo de vasto prestígio, orgulho da cidade e do museu pio visitado, respondendo logo que era do mesmo santo, em criança.
15h – partida de Lisboa
16h45 – visita à Basílica da Santíssima Trindade
17h30 – visita à Casa das Candeias
18h15 – visita ao Museu da Vida de Cristo
20h – Jantar-conferência no Hotel D. Gonçalo
Mais informações e inscrições: [email protected]
A nova aplicação do Santuário de Fátima ajuda os mais novos a celebrarem o centenário das aparições. No ‘Jogo dos Pastorinhos’, uma aplicação para dispositivos móveis, podemos escolher um dos videntes da Cova da Iria e “chegar primeiro ao Coração de Jesus”.
Fátima 2017: Santuário abre portas a todos para celebrar centenário das Aparições e chega ao Vaticano em 2018
Agência Ecclesia 03 de Fevereiro de 2016
Reitor rejeita «linguagem alarmista» face a grandes aglomerados que se preveem na Cova da Iria, particularmente na visita do Papa
Fátima, Santarém, 03 fev 2016 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima anunciou hoje que a reta final do programa celebrativo do centenário das Aparições, até outubro de 2017, vai ter uma “forte componente cultural”, procurando chegar a todos os públicos.
“Toda a programação foi feita a pensar nas pessoas: nos peregrinos habituais e nas suas necessidades e expectativas, mas também naqueles que não estão tão ligados a Fátima, que queremos atrair e acolher”, disse o padre Carlos Cabecinhas, em conferência de imprensa.
Reverendos senhores Padres,
Caríssimos Amigos:
Na altura em que nos aproximamos do dia 13 de Maio e do solene centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima, tomo a liberdade de sugerir a aquisição da obra – «NOSSA SENHORA DE FÁTIMA. HISTÓRIA DAS APARIÇÕES» – acabada de lançar no mercado livreiro, e que julgo ser um excelente contributo para a preparação de todos a viver mais profundamente estes tempos que nos conduzirão até ao centenário das Aparições (1917-2017).
(…)
«… Com o seu livro “Nossa Senhora de Fátima: História das Aparições”, quis testemunhar ao Papa Francisco apreço e gratidão pelas muitas iniciativas do seu pontificado a bem da paz e da justiça, na terra dos homens, e do perdão e fraternidade, no coração das pessoas e das famílias…
O Santo Padre acolheu, agradecido, a devota homenagem e as generosas disposições…»
(Excerto da carta do Papa Francisco ao autor do livro).
160 páginas, ilustrado (com algumas imagens inéditas).
Pode servir de oferta para pessoas amigas.
Para grupos católicos/paróquias e para quantidades, e apesar do Preço de Venda ao Público (PVP) de 12,50 euros a unidade em livraria, temos – e por esta via (em resposta a esta mensagem de correio electrónico ou pelo telefone que segue no final desta mensagem) – preços com descontos significativos:
1 exemplar – 9 euros;
2 exemplares – 15 euros;
3 exemplares – 21 euros;
4 exemplares – 27 euros;
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10 exemplares – 62 euros;
20 exemplares – 115 euros;
30 exemplares – 160 euros;
40 exemplares – 205 euros;
50 exemplares – 255 euros;
100 exemplares – 510 euros;
etc.;
OS PORTES PELOS CTT, E COM PAGAMENTO ATRAVÉS DE TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA, SÃO SEMPRE OFERTA.
EM CASO DE ENVIO À COBRANÇA, OS PORTES TERÃO DE SER SUPORTADOS PELO DESTINATÁRIO.
Estamos ao inteiro dispôr.
Com a estima do
José de Carvalho, Professor e Investigador de História
tel. 91 831 65 97
(Em nome do Pai, do Filho e do Banco Novo)
Por mais que o atual Papa se esforce para dar à religião católica uma credibilidade que a distinga, pode diferenciar-se ele dos antecessores, pelas preocupações sociais e conduta intransigente em relação a ligações perigosas do Banco do Vaticano, mas não remove os alicerces da superstição ou põe em causa os negócios dos milagres.
A vinda do papa Francisco a Portugal, no dia 13 de maio do próximo ano, para assinalar o que imprensa pia denomina “Centenário das Aparições em Fátima”, é a cumplicidade com um embuste urdido contra a República, primeiro, o comunismo, depois, durante a ditadura, e agora ‘contra o ateísmo’ que, aliás, foi o lema da peregrinação de 2008.
A dimensão anunciada da propaganda, cento e cinquenta iniciativas até 2017 e ainda uma exposição no Vaticano, em 2018, fazem prever uma colossal campanha publicitária sem precedentes nos tempos atuais.
O negócio começou com rumores, depois com anunciadas visões e, finalmente, com as aparições de uma Senhora mais brilhante do que o Sol, à semelhança de tentativas mais ou menos conseguidas em outras latitudes onde o credo romano se tornou hegemónico.
A visita do papa é mais a de um diretor-geral internacional a promover os negócios da fé numa sucursal do que a de um líder religioso moderno a promover a sua higienização e a combater a superstição num país para cujo atraso contribuiu.
O bailado do Sol, as acrobacias de uma Senhora saltitante nas azinheiras e a aterragem de um anjo no anjódromo da Cova da Iria serão promovidos a dogmas, e as conversas imaginárias que a Senhora teve com a Irmã Lúcia, a factos históricos.
Já basta a falta de espírito crítico que, como povo, nos prejudica, dispensávamos a festa do embuste na apoteose de uma data criada pela Igreja, na fase mais trauliteira, contra o regime republicano.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.