Loading

Categoria: Ciência

23 de Fevereiro, 2016 Carlos Esperança

As Igrejas, a ciência e a moral

Nos EUA alguns Estados conseguiram a proibição do ensino da teoria da evolução se, em simultâneo, não fosse ensinado o criacionismo bíblico.

O movimento criacionista alastra como mancha de óleo a conspurcar o tecido científico de um país cuja constituição é laica. Nas escolas do Estado do Kansas já desapareceram todas as referências às teorias de Darwin e do Big Bang.

O obscurantismo já atravessou o Atlântico e contaminou a Europa. Há poucos anos, a ministra da Educação da Sérvia decidiu que o ensino da teoria da evolução só pode ser abordado se também for descrita a história da vida, segundo a Bíblia. Se esta orientação vier a ser alargada à geografia só permitirá ensinar o movimento de rotação da Terra se, ao mesmo tempo for abordada a deslocação do Sol à volta da Terra.

Alguém vê um bispo a condenar a ignóbil decisão desses beatos analfabetos, o Papa a execrar tal cabotinismo, a Cúria romana a manifestar-se contra a infâmia?

Os milagres confirmados no Vaticano são pueris. Constituem um ultraje à inteligência, um recurso à mentira e à superstição, uma vergonha para a humanidade e o ridículo para os fiéis. Já algum dignitário se mostrou constrangido, algum clérigo reclamou ou um só crente se atreveu a desmascarar a fraude? A única exigência, ora previsível, seria contra as ondas gravitacionais, negando a única confirmação que faltava à previsão de Einstein, atribuindo-a a uma obscura conspiração judaico-maçónica.

A fé continua inconciliável com a ciência, mas escusava de ser tão nefasta.

Já se obram milagres pela televisão, tal como se transmitem bênçãos apostólicas e se apela ao óbolo que alimenta a indústria da fé, a troco da bem-aventurança eterna que se garante pela mesma via. Lenta e seguramente resvalamos para o obscurantismo mais indecoroso conduzidos pelo clero mais ignaro e o beatério mais lorpa, através dos mais avançados meios de comunicação.

Não é o novo Renascimento que chega, é a Idade Média que regressa. Sob os escombros do Vaticano II a ICAR trouxe de volta o concílio de Trento. O obscurantismo deixou de ser monopólio do Islão e do judaísmo ortodoxo e voltou a ser a marca do cristianismo.

Quando julgávamos Deus objeto de estudos mitológicos e de adorações residuais, eis que aparece o cadáver a agredir a pituitária das pessoas de mente sã. Da lixeira da história, dos resíduos tóxicos, foi exumado por sicários para ser exibido nas escolas, mostrado nas universidades e servir de ameaça à ciência.

Deus nunca foi um farol que iluminasse o progresso, mas hoje não passa do fogo-fátuo de um corpo putrefacto enquanto o mundo gira e avança indiferente ao odor.

E não é o Papa Francisco que consegue, se é que pode ou quer, arejar as alfurjas da Fé.

Perante a tragédia do Zika, o papa admitiu a utilização de anticoncecionais às mulheres infetadas, mas considerou o aborto [de fetos com malformações, microcefalia] ‘demónio absoluto’. Decididamente, a moral, à semelhança da ciência, é incompatível com a fé.

Como se o nascimento de um microcéfalo fizesse exultar um deus!

13 de Fevereiro, 2016 Carlos Esperança

Um salto enorme para a ciência…

… e um desastre profundo para a fé.

Stephen Hawking: Descobriu-se nova forma de olhar o Universo

REUTERS/TOBY MELVILLE

A capacidade de detetar as ondas gravitacionais “tem o potencial de revolucionar a Astronomia”

O físico britânico Stephen Hawking afirmou hoje que a deteção das ondas gravitacionais, a última previsão ainda por comprovar das teorias do físico alemão Albert Einstein, abre a porta a “uma nova forma de olhar o Universo”.

Ler mais….

 

27 de Dezembro, 2015 Carlos Esperança

A Dádiva de Carl Sagan

A Dádiva de Carl Sagan

(Texto enviado por Paulo Franco)

A nave espacial Voyager estava bem longe de casa. Pensei que seria uma boa ideia, logo depois de Saturno dar uma última olhada na direcção de casa. De Saturno, a Terra apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe. Nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um pixel solitário dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria.

Planetas vizinhos, sóis distantes. Mas justamente por causa dessa imprecisão do nosso mundo assim revelado valeria a pena ter tal fotografia. Já havia sido bem entendido por cientistas e filósofos da antiguidade clássica que a Terra era um mero ponto em um vasto cosmos circundante. Mas ninguém jamais a tinha visto assim. Aqui estava nossa primeira chance, e talvez a última em décadas. Um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas e um pontilhado de estrelas distantes.

Por causa do reflexo da luz do Sol na nave espacial – a Terra parece apoiada num raio de Sol – como se houvesse alguma importância especial para esse pequeno mundo, mas é apenas um acidente de geometria e óptica.

Não há nenhum sinal de humanos nessa foto; nem nossas modificações na superfície da Terra; nem nossas máquinas; nem nós mesmos. Desse ponto de vista, a nossa obsessão com nacionalismos não aparece em evidência. Nós somos muito pequenos na escala dos mundos – irrelevantes – uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal.

Imagine a totalidade de todas as pessoas, de todas as felicidades e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas económicas.
Cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e plebeu, cada casal apaixonado, cada pai e mãe, cada criança esperançosa, inventor e explorador, cada educador e político corrupto, cada “líder supremo”, cada superstar, cada santo e pecador da história da nossa espécie, viveu ali:
numa partícula de poeira suspenso em um raio de Sol.

A Terra é um palco muito pequeno numa imensa arena cósmica.

Pense nas infinitas crueldades infligidas pelos habitantes de um ponto desse pixel nos quase imperceptíveis habitantes de um outro canto. Como são frequentes os seus desentendimentos, como eles estão sedentos de se matar uns aos outros; como fervilham seus ódios. Pense nos rios de sangue derramados por todos esses generais e imperadores para que, em glória e triunfo, eles pudessem ser os chefes momentâneos de uma fracção desse ponto.

Nossas atitudes, nossa imaginária auto-importância, a ilusão de que nós temos alguma posição privilegiada no universo são desafiadas por esse ponto de luz pálido. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Em nossa obscuridade em toda essa imensidão não há indício de que a ajuda virá de algum outro lugar para nos salvar de nós mesmos.

Tem sido dito que a Astronomia é uma experiência de humildade e formação de carácter. Talvez não haja melhor demonstração da tolice das vaidades humanas do que
essa imagem distante do nosso pequeno mundo. Essa imagem enfatiza a nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns dos outros e de preservar e estimar o único lar que nós conhecemos: O Planeta Terra, um ponto de luz azul pálido… entre muitos milhares de milhões de outros pontos de luz.

5 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

No centro de investigação do Vaticano…

Vaticano acredita na possibilidade de existirem extraterrestres

Contudo, José Gabriel Funes, astrónomo chefe da Igreja Católica, afirmou que só há um Jesus Cristo.

A existência de vida noutros planetas não está apenas a ser estudada pela NASA. O Vaticano está também a investigar esta possibilidade. O astrónomo chefe da Igreja Católica afirma acreditar que existem extraterrestres, mas que nunca tiveram um encontro com Jesus Cristo.

A descoberta de planetas semelhantes à Terra, pela NASA, incendiou a especulação sobre a existência de vida noutros planetas. O mesmo aconteceu no Vaticano que, se há 380 anos condenou Galileu Galilei por afirmar que a Terra não era o centro do universo, agora admite que é possível existir vida inteligente noutros planetas.

Diário de uns Ateus – É difícil alguém nascer em dois planetas diferentes.

6 de Maio, 2015 Administrador

Inquérito

A AAP foi contacta por duas alunas do 1.º ano do curso de Psicologia, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa no sentido de as ajudarmos a divulgar o seu inquérito Opiniões e Atitudes em Relação à Homossexualidade.

Pedimos aos nossos leitores que as ajudem a conseguir uma boa nota à cadeira de Grandes Teorias das Ciências Sociais.

Para responder, clicar aqui.

 

14 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Matemática

A iraniana Maryam Mirzakhani recebeu a medalha Fields, considerada o prémio Nobel da Matemática, na abertura do Congresso Internacional de Matemática (CIM) hoje, em Seul, o que a transforma na primeira mulher a receber o prémio.

Mirzakhani, de 37 anos, professora na universidade americana de Stanford, foi uma, dos quatro, premiada com este reconhecimento e a primeira mulher a recebê-lo desde que foi criado em 1936.

Jovem, bela e inteligente, é certamente motivo de raiva para os aiatolas e um estímulo para as mulheres do mundo inteiro que os preconceitos religiosos relegaram para uma subalternidade que devia envergonhar quem teve mãe e tem irmãs ou filhas.

Os homens jamais serão livres se as mulheres o não forem, em pé de igualdade e de pé.
mirzakhani

17 de Agosto, 2013 David Ferreira

Canal História – uma vergonha para a ciência

O canal História é uma vergonha para a ciência. Não satisfeito por nos brindar com uma série puramente especulativa onde se defende a criação da Humanidade por extraterrestres, sem que para tal existam provas credíveis, brinda-nos agora com “As portas do Inferno”, uma série absolutamente indescritível e facciosa sobre uma das criações mais perversas e absurdas da humanidade: o Inferno. Como não poderia deixar de ser, os comentadores selecionados são, na sua maioria, sacerdotes, atingindo-se o êxtase com a demência abstrusa dos pastores evangélicos norte-americanos. O clímax atinge-se com a audição do próprio Inferno em gravação digital, sons distorcidos de alegadas almas torturadas e em perpétuo sofrimento gravadas algures num buraco na Sibéria. Não explicam os sacerdotes como poderá um corpo imaterial sofrer dores que apenas um corpo físico pode proporcionar e sentir…

De há muito que se apercebe a influência de grupos religiosos organizados, poderosos e endinheirados, no referido canal. E deste modo se vai escrevendo e reescrevendo vergonhosamente a mentira e a estupidez de alguns alucinados, certificada por uma suposta credenciação científica.

Este mundo necessita desesperadamente de razão e lucidez tanto como de ar para respirar.

9 de Julho, 2012 Ricardo Alves

O «Prós e Contras» de hoje promete

Décadas inteiras a fazer contas complicadas, a montar experiências complexas e a analisar dados, para afinal tudo ser reduzido a um rodapé religioso. Ah, pois. Porque a Física é um ramo da teologia, e ninguém melhor do que os padres para explicarem o triunfo do modelo padrão. Se «manipulação» e «aproveitamento» significam alguma coisa, o programa de Fátima Campos Ferreira promete hoje elevar esses conceitos a novas alturas. Dedico-lhes a imagem abaixo.
Nota: o bosão de Higgs passou de «partícula deus que a carregue» a «partícula divina» graças(!) a este livro.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]