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Categoria: AAP

30 de Abril, 2023 João Monteiro

Afinal para que serve a arte?

Texto em resposta à censura da obra de Onofre Varela.

Onofre Varela é um homem da cultura. Conhecido intelectualmente pelos seus livros, assim como pelos textos publicados sobre ateísmo na imprensa escrita, é também reconhecido profissionalmente pelas suas
ilustrações e pelos seus cartoons que já estiveram em destaque em várias exposições e galerias.

Foi o caso deste mês, abril, em que os seus cartoons estiveram expostos na Bienal Internacional de Arte de Gaia. Porém, o que poderia ser um momento de celebração tornou-se numa situação de polémica diplomático-cultural com projeção mediática a nível nacional. O motivo foi um dos seus cartoons ter
sido retirado após o autor, a organização e os autarcas terem sido alvo de pressão por parte de membros da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) que, alegadamente, se terão sentido incomodados e ofendidos pelo desenho. Segundo o comunicado da própria CIL enviado ao presidente da Câmara Municipal de Gaia, citado pelo jornal Público, “[o cartoon] banaliza o Holocausto cometido pelo regime nazi e
diaboliza os judeus na sua relação com a Palestina”, acrescentando que a “estrela de David sobreposta no coração de uma imagem desenhada de Hitler é uma ofensa grave e indecorosa”.

Embora a decisão de retirada do cartoon tenha partido do autor, a verdade é que essa mesma decisão decorreu das pressões exteriores, conferindo ao caso um carácter de censura.

Para compreendermos o que está em causa, o cartoon visado é o que abaixo se apresenta:

Uma vez que o autor do cartoon, Onofre Varela, é não só associado da AAP como até é o seu vice-presidente, cabe-me, na qualidade de dirigente, emitir umas palavras sobre o tema.

Em primeiro lugar, quero expressar-me contra qualquer forma de negação ou menorização do que foi o Holocausto, um episódio negro e vergonhoso do século XX cujas raízes do preconceito remontam, infelizmente, a épocas anteriores. Em segundo lugar, afirmar-me contra a perseguição do povo hebreu, do mesmo modo que sou contra a perseguição de outros povos minoritários, pois revejo-me nos
valores Humanistas que defendem a segurança e paz para todas as pessoas e populações. Apresentado o meu posicionamento geral, passemos ao caso concreto.

Em causa está um cartoon de tipo caricatural, ou seja, um desenho que pelo exagero pretende passar uma mensagem. A imagem ilustra uma figura masculina representada por uma mescla de uma personagem judia e nazi em simultâneo. Ora, isto é deliberadamente um contrassenso, por representar na mesma figura o opressor e o oprimido, ou o tirano e a vítima. Se isto não fosse suficiente para nos fazer parar e questionar sobre qual o tipo de mensagem, o autor fez acompanhar a figura pela frase “Israel trata os palestinos com o mesmo desrespeito com que Hitler tratava os judeus”. Ou seja, o autor pretendeu lançar um alerta, ou criar uma forma de questionamento, sobre a perseguição política
e social, de quase genocídio, que Israel tem vindo a fazer em território palestiniano (interpretação minha). As obras para serem devidamente entendidas devem ser analisadas no seu contexto histórico, e este cartoon foi desenhado precisamente numa altura em que abundavam notícias nos meios de comunicação social sobre os atentados do governo de Israel contra os palestinianos. Perante as evidências,
o autor enquanto artista limitou-se a representar a realidade na forma a que está habituado: através do desenho. O facto de a forma escolhida ter sido um cartoon caricatural remete para a sátira e a crítica de costumes, portanto para a reflexão crítica de um evento sociopolítico.  

Terá a CIL motivos para se sentir incomodada ou ofendida? Devido à alusão ao nazismo na figura, por motivos históricos, até poderia concordar. Porém, a representação num todo (texto e imagem) vai além disso. Mais do que uma crítica, é uma denúncia, um alerta, uma chamada de atenção para o que acontece lá ao longe (mas não assim tão longe). Não se trata de antissemitismo. Isto são factos: o governo israelita expandiu o seu território unilateralmente, usurpando, ocupando e colonizando território palestiniano; tem atacado, perseguido e assassinado palestinianos que defendem o seu território; entre os membros da
população morta ao longo dos anos, já se perdeu a conta ao número de crianças que viram a sua vida ceifada nesta guerra por terra e fronteiras, que mais não é do que uma guerra por poder. Contra estes factos é que a CIL deveria sentir-se incomodada, e não com um desenho.

Isto leva-nos à questão do título: afinal, para que serve a arte? Esta pergunta tem um conjunto alargado de possíveis respostas. Podemos dizer que a arte serve como forma de comunicação e de expressão; reflexão e crítica; inspiração e estímulo criativo; entretenimento e deleite estético; preservação de património cultural e histórico; transformação e ativismo social, apenas para dar alguns exemplos. A boa arte consegue mexer connosco, suscitar sentimentos e emoções do âmago da nossa pessoa. Olhando para o cartoon de Onofre Varela e para as reações por ele geradas, podemos então dizer que a arte
e o artista cumpriram o seu propósito.

Termino com um abraço de solidariedade ao nosso estimado Onofre Varela.

Este caso nas notícias:

https://www.publico.pt/2023/04/18/culturaipsilon/noticia/cartoon-retirado-bienal-gaia-apos-criticas-comunidade-israelita-2046595

https://www.publico.pt/2023/04/21/culturaipsilon/noticia/presidente-associacao-jornalistas-considera-lamentavel-censura-cartoon-onofre-varela-2046925

https://cnnportugal.iol.pt/videos/uma-ofensa-grave-que-menoriza-o-horror-e-a-tragedia-do-holocausto-cartoonista-onofre-varela-retira-cartoon-apos-polemica-com-comunidade-israelita/643ffb6e0cf2dce741b55724

https://observador.pt/2023/04/20/bienal-de-gaia-cartoonista-onofre-varela-refuta-acusacoes-da-comunidade-israelita-de-lisboa-e-ataca-israel/

https://portocanal.sapo.pt/noticia/325186

https://www.jn.pt/artes/cartunista-explica-que-retirou-obra-de-exposicao-para-nao-provocar-guerras-16205765.html/

23 de Junho, 2022 João Monteiro

Debate: Religião no Século XXI

João Monteiro, presidente da Associação Ateísta Portuguesa, participou num debate com Luísa Jacinto, que representou o Movimento Católico de Estudantes. A moderação esteve a cargo de João Mendes, da Escola Superior de Comunicação Social, onde teve lugar o debate. A conversa pode ser ouvida aqui.

12 de Fevereiro, 2022 Carlos Esperança

A laicidade e a liberdade religiosa


A laicidade é uma exigência da liberdade religiosa, condição para que todos possam ter a sua crença, descrença ou anti-crença. Todos somos ateus em relação aos deuses dos outros, e os ateus só o são em relação a mais um.

Numa sociedade democrática todos os crentes devem ver defendido o direito à fé que perfilham e aceitar iguais direitos aos fregueses de outra fé ou de nenhuma. O Estado só pode cumprir cabalmente a função que lhe cabe se for escrupuloso na neutralidade que deve assumir, se ao Estado estiver vedado o direito de exercer qualquer poder religioso e às Igrejas o exercício de qualquer poder político.

A França, tal como Portugal, depois do 25 de Abril, garante a liberdade religiosa como direito constitucional. Quem conhece a história sangrenta das lutas religiosas na Europa, sabe que a paz só foi possível com a separação do Estado e Igrejas e a garantia da neutralidade religiosa dos Estados. A sua longa história de violência religiosa levou a França a adotar o forte compromisso com a manutenção de um setor público totalmente secular.

A lei de 9 de dezembro de 1905, em vigor, que aboliu a Concordata napoleónica e repôs a herança iluminista, determina:

Artigo 1º – A República assegura a liberdade de consciência. Ela garante o livre exercício dos cultos;

Artigo 2º – A República não reconhece nem contrata nem subvenciona qualquer culto.

Em 1905, a neutralidade religiosa imposta contra a vontade da Igreja católica, revelou-se de grande utilidade quando, além dos protestantes, muito minoritários, a concorrência era insignificante.

Hoje, perante religiões hostis ao ethos civilizacional europeu, herança do Renascimento, Reforma e Iluminismo, a Europa só pode preservar o legado democrático da Revolução Francesa e conter o proselitismo belicista de crenças totalitárias que a ameaçam, com as exigências da laicidade, e tratar os desmandos religiosos como casos de polícia.

Não foi por acaso que Emmanuel Macron, a propósito do 5.º aniversário dos atentados contra o Charlie Hebdo, nos tradicionais votos à Imprensa, declarou a partir do Palácio do Eliseu: «É importante que o nosso país não ceda a esta lapidação e à ordem moral, e que continuemos a criticar todas as formas políticas e todas as religiões. Somos um país onde a liberdade de blasfémia existe e queremos continuar a sê-lo». *

Em Portugal o anacrónico delito ‘blasfémia’, de sabor medieval, ainda existe no Código Penal. O bom-senso dos juízes privilegia a liberdade de expressão, mas é tempo de o abolir.
* Courrier Internacional n.º 288, fevereiro de 2020, pág. 8.

28 de Novembro, 2021 Administrador

Nova imagem completa

Com o logótipo final do Diário de uns Ateus, fica terminada a renovação da imagem da presença da AAP – Associação Ateísta Portuguesa nos meios digitais. Tal como aconteceu no último anúncio nas nossas redes sociais, tal não poderia deixar de ser a um domingo… 🙏 🙏 🙏 🙏 🙏

Ainda faltam acertar alguns detalhes, mas o trabalho principal está feito! Esperamos que seja do vosso agrado.

A AAP agradece à OctetStream pela migração, alojamento e programação dos seus sítios e ainda à Acidesign pelo aconselhamento técnico no desenho geral de todos os elementos.

14 de Junho, 2018 Carlos Esperança

AAP na comunicação social

AAP – Comunicado sobre o nome da nova Ponte sobre o Douro

Ref.ª – Manoel de Oliveira

Além de vários blogues e páginas de Faceboock

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/associacao-ateista-portuguesa-quer-que-nova-ponte-sobre-o-douro-homenageie-manoel-de-oliveira

https://www.lusa.pt/article/24329982/associa%C3%A7%C3%A3o-ate%C3%ADsta-portuguesa-quer-que-nova-ponte-sobre-o-douro-homenageie-manoel-de-oliveira

https://www.facebook.com/dnoticiaspt/posts/1964251243594520

http://www.dnoticias.pt/pais/associacao-ateista-portuguesa-quer-que-nova-ponte-sobre-o-douro-homenageie-manoel-de-oliveira-AE3273534

https://observador.pt/2018/06/11/nova-ponte-no-porto-associacao-propoe-manoel-de-oliveira-em-vez-do-nome-do-antigo-bispo/

https://www.mundolusiada.com.br/cultura/associacao-quer-que-nova-ponte-sobre-o-douro-homenageie-manoel-de-oliveira/

10 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) – Comunicado

Associação Ateísta Portuguesa – COMUNICADO

Nova ponte Porto/Gaia
Exmos. Srs. Presidentes da Câmara Municipal do Porto e de Vila Nova de Gaia
Dr. Rui Moreira 
Dr. Eduardo Vítor Rodrigues

Excelências,

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) solidariza-se com os movimentos de cidadãos e Associações que propõem o nome do cineasta Manoel de Oliveira para a nova ponte sobre o rio Douro, a ligar o Porto a Gaia.

A AAP entende que o grande cineasta, de relevo internacional, não é apenas uma referência para a cidade do Porto, é uma glória para Portugal, cuja obra é conhecida por cinéfilos de todo o mundo. Acresce que filmes importantes de Manoel de Oliveira, “Douro, Faina Fluvial”, “Aniki-Bóbó” e “O Pintor e a Cidade” são verdadeiras odes ao rio Douro cujas margens a nova ponte une.

Assim, e dado que o nome proposto pelos presidentes de câmara do Porto e de Gaia – António Francisco dos Santos – se refere a uma personalidade de menor relevo e inferior contributo para tornar conhecida a região, inferior, aliás, ao de muitos outros portuenses e gaienses,

A AAP apela para que seja reconsiderada a proposta dos referidos autarcas e que a figura de Manoel de Oliveira (1908/2015) fique ligada à grande obra da engenharia portuguesa.

Odivelas, 10 de Junho de 2018

a) Direção da Associação Ateísta Portuguesa

12 de Outubro, 2017 Administrador

AAP – participação em programa televisivo

O Vice-Presidente da AAP – Associação Ateísta Portuguesa, Ludwig Krippahl, estará presente num debate televisivo no programa Agora Nós, que será transmitido pela RTP1 na próxima sexta-feira, dia 13 de Outubro. Prevê-se que a sua participação vá para o ar entre as 17:00h e as 18:00h.
A conversa contará ainda com a participação de «um jovem padre» e o tema a discutir será «a fé e como se vive sem ela».

30 de Junho, 2016 Administrador

Testemunho de refugiada em Portugal

Wodrood, refugiada iraquiana em Portugal, contactou a AAP – Associação Ateísta Portuguesa para nos dar conta da sua história e para que nós a partilhássemos com os nossos leitores.

O testemunho vai por editar e em língua inglesa, tal como nos foi remetido. Após uma conversa pelo Facebook, Wodrood pediu que o divulgássemos. Não temos qualquer razão para duvidar que não seja verídico, até porque, muito infelizmente, já ouvimos histórias trágicas semelhantes no passado. Aqui fica.

My name is Worood, an Iraqi-born ex-Muslim, and I need to share my story.
Being a female Muslim, my father did not like the idea of his daughter getting an education.  Instead of going to university, he made plans to have me married to my cousin.  I strongly opposed being forced into marriage, which caused me to endure many heated arguments and physical abuse.  I recieved a letter  of acceptance  to  the  University of  Baghdad, but he refused to allow me to  move there because he thought I would bring shame on the family by meeting a boy, removing my hijab, or other activities that go against Sharia law.
This led to  my  last  beating.  In 2008 I was in kitchen when my father came in accusing me of talking to a boy.  He broke a glass over my head, then my brother dragged me from kitchen to another room.  My brother started hitting and kicking me until I fell to the ground unconscious.  After regaining consciousness, my brother picked me up and threw me on the floor many times injuring my back.  Blood covered my face and I was choking on my blood.  I felt like that was the end of me. My wounds began to heal and my bruises began to fade, but my spine was injured during the beating.  I felt tingling in my spine and my legs were very heavy when I tried to walk.  

So he obligated me to change that to local University in my  city. Then whilst i was  attending  my local  university  i was  monitored  all day , watched by  male  family members.

But I failed In my 3d year

Because my mother succumbed to her Rheumatoid arthritis and died in that year But I finished that after 5 years and graduated as microbiology  and  bacteriology  degree in 2009-2010#

I left Islam in 2009 After my mother died 

But it was progress These symptoms continued  throught my  studies until  one day I was walking suddenly I didn’t  feel anything in my legs I fall down in the ground in my university  on the  way to  a  lecture

This  began to happen  more and more and i  became  very shy  becuase of  it  this  was  days  after with  no  medical treatment

After that my dad Become treating me better than past but I was hating him Even that And he was crying a lot 

After  8 doctors  telling  me  there is  nothing  wrong the last one refered me to  a  neurologist After he checking my legs he told me You deffinately have a problem He sent me to neurological doctor Then he discoverd I have had a  serious progressive nerve damge problem. That day I was crying and I wouldn’t to see my dad he  wasnt allowed  in my  cousins  house , she  was a great freind to me 

Finally after 2 years from suffering a lot of pain I get a surgery in 01/01/2011 i woke  up in surgery and  could feel them  slicing open my back and  felt the  smashing  of  each  bone  as they  removed   them  i do not  have  7 dorsal vertabrea anymore.  i was   home in 4 days

My brother was  celebrating   when told of  the  results   was happy and  punched me  repeatedly. held  me up in the  air by my neck trying  to kill me again shouting  Shameless!!.. but my dad  came in and told him to  put me  down she is  sick.

I get a job on  30/11/2011 working as a bacteriologist   in a hospital  but after abusing several times from my brother even with my spinal cord injury I decided to runway from my home and I did that after a lot from suffering in that long horrible journey

AAP: Oh my! If you don’t mind us asking, can you please tell us how did you get away and to where? And also, how and why did you arrived to Portugal?

Actually I didn’t choose Portugal but the program of relocate in Europe Union
Accepted me in Portugal
First time I was in turkey 9 months in camps which like you feel you are in miserable jail
The last time they put me in a place with crazy people becuz my atheism
And I was obligated to read Quran for the manger and kissing his hand infront his staff for mocking from me

So I decided to runway again from turkey and crossing the sea
AAP: Did you told them you’re an atheist?

Yes I did but I thought the first time Turkish people secular or something like that
I was wrong
AAP: Yes, unfortunately things are not as good as they once were in Turkey…

In the first camp there’s woman bothering me a lot so I cursed Islam in midnight she attacked me so they moved me to that place
The first camp no phone no internet we live in a place totally look like a jail and the staff working there always they treating us like shit
Screaming and yelling for no reason
The camp full with women those they runway from family abuse

I just I want to fix my spine so I can expose the truth
I have horrible back pain that can prevent me from sleeping
And turn my life upside down
AAP: Do you want to be anonymous, do you have an alias, a name you want to be known as?
Becuz my family want to killing me
Female in my culture if she runway that mean she bring the shame for her family by killing her they will wash that shame
My name Worood the real but it mean Roses in English
And my friend he advice me to change the name cuz my family searching to know where Iam

26 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa

REPÚBLICA PORTUGUESA
GABINETE DO SECRETARIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUA REFERÊNCIA  SUA COMUNICAÇÃO DE 15 DE ABRL

Exmo. Senhor
Presidente da Direção da Associação Ateísta Portuguesa [email protected]

NOSSA REFERÊNCIA                      DATA

NO : 1244/2016                                  20-05-2016

ENT.: 2044/2016

PROC. NO : 5/16.5

 

ASSUNTO:  ATROPELO À LAICIDADE EM ESCOLA DE CASTELO DE PAIVA

Na sequência do solicitado no e-mail de 15 de abril de 2016, dirigido ao Senhor Ministro da Educação, posteriormente reencaminhado para este Gabinete, e uma vez ouvida a Direção-Geral do Estabelecimentos Escolares, comunicamos a V. Exa. o seguinte:

O Ministério da Educação e, no caso particular, os órgãos próprios de administração e gestão dos agrupamentos de escola e escolas não agrupadas encontram-se subordinados aos princípios consignados na Constituição da República Portuguesa e na Lei de Bases do Sistema Educativo.

Conforme previsto no regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, aprovado pelo Decreto-Lei n. 0 75/2008, de 22 de abril, alterado pelos Decretos-Leis 224/2009, de 11 de setembro, e 137/2012, de 2 dejulho, o conselho geral – enquanto órgão de direção, administração e gestão foi criado no sentido de reforçar a participação das famílias e comunidades na direção estratégica dos estabelecimentos de ensino, promovendo a abertura das escolas ao exterior e a sua integração nas comunidades locais.

Nele estão representados não só o pessoal docente e não docente, mas também os pais e encarregados de educação (e os alunos, no caso dos adultos e do ensino secundário), as autarquias e a comunidade local, nomeadamente representantes de instituições, organizações e atividades económicas, sociais, culturais e científicas.

É neste contexto, envolvendo pais, alunos e comunidade, que são aprovadas as regras fundamentais de funcionamento de uma escola, designadamente, as decisões estratégicas e de planeamento (projeto educativo e plano de atividades) respondendo sempre ao superior interesse de todos os alunos num ambiente educativo plural com é a escola pública.

Por último, esclarecemos, ainda, que, de acordo com informação veiculada pela Direção de Serviços da Região Norte da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, os alunos do Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva não participaram no evento acerca do qual são suscitados os esclarecimentos pretendidos.

Com os melhores cumprimentos,

O Chefe do Gabinete,