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O terrorismo de religiões pacíficas

A alegada promoção da paz pelas religiões, particularmente pelos monoteísmos, não possui fundamentação histórica. No entanto, a defesa da paz regista fartos e abnegados sacrifícios de crentes, de onde se deve concluir que estes podem ser benevolentes, apesar da fé.

Sendo inevitável a ligação entre as crenças e a ação, é natural que a piedade conduza à prática do que a fé inspira, ao exercício do que sugerem os livros sagrados, à luta contra os infiéis (os outros) e ao proselitismo. É útil a conclusão de que os livros sagrados não devem ser levados à letra, mas amenizar a alegada vontade do deus que os inspirou ou duvidar da sua capacidade de comunicação, não revela solidez da fé.

Dizer que o Islão, cuja demência se exacerbou com o fracasso da civilização árabe, nada tem a ver com o terrorismo, é como afirmar que as Cruzadas e a Inquisição não comprometeram o cristianismo ou que o judaísmo é alheio ao sionismo.

O carácter pacífico das religiões, bem como das crenças políticas de incómoda memória, é uma enorme mentira que urge desmascarar.

O esclavagismo, a misoginia, o racismo, a tortura e a xenofobia são a herança plasmada nos livros concebidos pelo tribalismo patriarcal da Idade do Bronze e que as sucessivas legiões de clérigos perpetuaram como vontade divina.

A Inquisição espanhola só pôs termo à perseguição dos hereges em 1834 e o sionismo é hoje, e cada vez mais, o detonador do ódio entre muçulmanos e judeus.

Não podemos ignorar que os versículos do Alcorão fundamentam o Estado Islâmico, o Boko Haram, a Al-Qaeda e outros heterónimos do Islamismo; e não esqueçamos que o nazismo e o fascismo, de natureza estritamente secular, beberam na teologia cristã (protestante e católica) o antissemitismo nascido da cisão do judaísmo, antissemitismo assimilado pela cópia grosseira dos monoteísmos anteriores – o Islão.

Sem crentes civilizados e pacíficos não haverá paz e não se pense que ela venha através de crentes de credos rivais ou de não crentes. Enquanto a rua islâmica exultar quando os ‘infiéis’ são imolados por devotos bombistas, não se pode acreditar no carácter pacífico do Islão. Só quando forem muçulmanos os denunciantes dos ‘irmãos’ que preparam os ataques suicidas se libertará a anacrónica religião da pulsão terrorista que a devora.