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Mês: Março 2017

31 de Março, 2017 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Jornal de Notícias, Pág. 8 – hoje.

Religião

Pais contra missa pascal na escola em horário letivo

Pais contra missa pascal na escola em horário letivopub

Os alunos de uma escola básica de Alfândega da Fé andaram a ensaiar cânticos católicos nas aulas de Educação Musical para uma missa pascal que deverá realizar-se na escola, segunda-feira, em pleno horário letivo.

O caso, que já mereceu críticas de pais, pode não ser único. O presidente da associação de diretores admite situações pontuais e à Associação Ateísta Portuguesa já chegaram queixas de vários encarregados de educação sobre a existência de práticas religiosas não autorizadas em escolas públicas.

Leia mais na edição e-paper ou na edição impressa.

31 de Março, 2017 Carlos Esperança

A Inquisição em Portugal – 31-03-1821

Faz hoje 196 anos que foi abolida oficialmente a Inquisição Portuguesa e há menos de 60 que a liberdade religiosa foi acolhida por João XXIII, durante o Concílio Vaticano II, com o posterior ranger de dentes de João Paulo II e Bento XVI.

Não era só a apostasia, a que raros se atreviam, que era objeto da crueldade eclesiástica. Judeus, bruxas e todos os que descressem na única religião verdadeira – ICAR –, eram as vítimas que zelosos delatores levavam ao Santo ofício.

Entre 1536 e 1821, cerca de mil e quinhentas pessoas foram queimadas vivas e 25.000 condenadas a diversas penas. O apogeu da demência verificava-se nos julgamentos dos mortos que, depois de exumados, eram queimados em autos-de fé, um número indeterminado bem como o dos que morreram nos cárceres da sinistra instituição.

Foi depois do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa (1821) que findou o êxtase pio da violência clerical e o divertimento da corte a assistir aos autos-de-fé.

A violência é uma tara sedutora que se transmite geneticamente e através das sacristias e madraças, incubadoras onde germinam devotos e prosélitos de verdades únicas.

Perante novas inquisições de desvairados credos, que não desistem de nos impor as suas verdades únicas, urge defender, de forma intransigente, os valores republicanos, laicos e democráticos.

29 de Março, 2017 Carlos Esperança

O preço da fé dos outros

Isto de cá vir para comemorar 100 anos de um embuste é coisa da Igreja e eles que arquem com toda a despesa.

A vinda dele nem é uma visita de Estado.

Estarei a ver mal?

Um abraçamigo

Tulio

Papa obriga Estado a pagar 7,2 milhões

Valores em falta serão pagos para não comprometer operação durante a visita papal.

Correio da Manhã de hoje (29/3)

28 de Março, 2017 Carlos Esperança

Os crentes perderam a fé

Portugal prepara hospitais para emergências no próximo dia 13 de maio sem que a Igreja se indigne com a falta de fé na Sr.ª de Fátima.

27 de Março, 2017 Carlos Esperança

Ateísmo

26 de Março, 2017 Carlos Esperança

Humor

Ao fim de muitos anos a cuidar da igreja, a Dª Maria foi tirar um curso de higiene alimentar.
Passados alguns dias o padre pergunta-lhe:
– Dª Maria, onde estão a bíblia e o missal cá da igreja?
– Olhe Sr. Prior, queimei tudo. Aprendi no curso que ando a tirar que, tudo o que tem “salmo nela”, é perigoso para a saúde e pode ser mortal, como vê ando a zelar pela saúde de todos nós.

26 de Março, 2017 Carlos Esperança

Os milagres de Roque Santeiro

Por

Leopoldo Pereira

Muitos de vós devem lembrar-se de uma telenovela brasileira, há anos transmitida pela RTP, “Roque Santeiro”, e que de momento está sendo retransmitida. Uns tê-la-ão visto com agrado, o meu caso, outros se calhar nem por isso. Os ditos milagres ganharam fama e adeptos, chegando a povoação onde aconteceram (Asa Branca) a tornar-se famosa, visitada por turistas crentes (ou curiosos), o que muito contribuiu para o desenvolvimento do comércio local. Mas tudo não passava de meros equívocos, meras aldrabices.

A poucos dias da prometida canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta, em Fátima, pelo Santo Padre, poderá parecer descabida a introdução que fiz, até porque pessoas de alto gabarito têm estado envolvidas, desde a Irmã Ângela Coelho, médica e religiosa da “Aliança de Santa Maria”, aos mais graduados pastores da Igreja Católica.

A canonização só podia ocorrer se alicerçada num milagre “verdadeiro”, que ia escasseando, embora tenham surgido muitas candidaturas após o processo de canonização ter avançado, mas rejeitadas por menos sérias. Eis senão quando uma criancinha brasileira é a eleita, ainda que se desconheçam os pormenores do milagre! Que os pastorinhos intercederam, intercederam.

Portugal ganha dois santinhos, pela preciosa ajuda da Pátria Irmã, o que obviamente foi mero acaso; podia ter acontecido na Rússia, China ou Arábia Saudita, por exemplo, desde que o “apelo à oração” fosse observado.

Fátima, outrora uma pacata vila, fruto das aparições da Senhora do Rosário virou cidade, experimentando um considerável progresso, tal como aconteceu em Asa Branca: Hotéis, casas comerciais, santuários, ligações viárias, museus, mosteiros, conventos, restaurantes, etc.

Hoje qualquer peregrino que desfrute de um saudável conforto económico, pode ficar bem instalado e adquirir desde o rosário autenticado (barato) a uma “Senhora de Fátima” do tamanho que quiser. Pode ainda acender uma vela do seu tamanho junto à capelinha das aparições ou orar sentado na nova Igreja da Santíssima Trindade, onde cabem, também sentadas, mais 8. 999 pessoas!

O culto mariano espalhou-se pela Terra e Fátima foi decretada o altar do Mundo.

Como português só posso torcer pela continuação deste sucesso, que tantos benefícios traz ao meu país. Mais, sinceramente acredito que o Anjo Guardião de Portugal, que em 1916 apareceu aos pastorinhos, num evidente reconhecimento do terreno e da azinheira onde em 13 de maio de 1917 a Virgem iria aterrar, vai a curto ou médio prazo interceder junto dos nossos credores ou, em alternativa, fazer com que as prospeções de petróleo e gás natural resultem em pleno, sem causarem problemas ambientais.

Para terminar, sugiro que vejam e ouçam o vídeo, no Facebook: “História à desgarrada – Fátima e os pastorinhos”.

25 de Março, 2017 Carlos Esperança

Intolerância religiosa

Por Drauzio Varella

Publicado em 21/04/2012 na “Folha de São Paulo”

O fervor religioso é uma arma assustadora, disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso
SOU ATEU e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos.

A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenómeno transcendental que dê sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos que parecem extraterrestres.

Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica só o homem faz conjeturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos.

Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos a interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido.

Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar.

Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias.

Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a oração do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu?

Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o evangélico na encruzilhada quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta ao ouvir que não há milhares, mas um único Deus?

Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida?

O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome Dele sejam cometidas as piores atrocidades.

Os pastores milagreiros da TV que tomam dinheiro dos pobres são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares porque obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus, seriam considerados mensageiros de Satanás.

Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes aos quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como demonstraram os etologistas.

O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a sociedade, quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.

Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.

Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta.

Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores. Os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.