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Mês: Março 2016

31 de Março, 2016 Carlos Esperança

A propaganda do embuste começa cedo

CICLO JANTARES-CONFERÊNCIAS  

“Portugal 1917 – Estado, Sociedade – Razão e Fé”

20 de ABRIL

Exibindo image001.jpgfatima-propaganda

15h – partida de Lisboa
16h45 – visita à Basílica da Santíssima Trindade
17h30 – visita à Casa das Candeias
18h15 – visita ao Museu da Vida de Cristo
20h – Jantar-conferência  no Hotel D. Gonçalo

Catolicismo, Republicanismo e Laicismo no 1.º quartel do século XX português

Orador: Manuel Braga da Cruz
23h – hora prevista de regresso a Lisboa

Mais informações e inscrições: [email protected]

30 de Março, 2016 Carlos Esperança

O combate da civilização contra a barbárie

Massacres em Istambul, Damasco ou Bagdad não aterrorizaram os europeus, apesar de a primeira cidade se encontrar no seu continente, e ainda menos os da estância de Bassam ou de Ouagadougou, porque a Costa do Marfim ou o Burkina Faso são países arredados da geografia das preocupações europeias. O ataque suicida, em Lahore, contra a minoria cristã que ontem festejava a Páscoa, fez mais de 70 mortos e 280 feridos, num parque infantil, mas o Paquistão fica longe e as notícias são parcas e efémeras!

Nova Iorque comoveu o mundo civilizado, esquecido dos seus erros e crimes e da troca de princípios por interesses. As Torres Gémeas sepultaram milhares de inocentes e houve um clamor internacional, mas quando se esperaria a severa punição da Arábia Saudita, cuja origem e financiamento do ataque esteve na base dessa tragédia, quatro ‘Cruzados’ atacaram… o Iraque, liderados por Bush, aconselhado por Deus — disse ele.

Agora, depois de Madrid, em 2004, Londres, em 2005, Paris (janeiro e novembro), em 2015 e Bruxelas, em 2016, a Europa hesita entre a cedência dos valores e a resposta aos ataques que levam o medo e a desconfiança, que promovem a xenofobia e o racismo.

Os europeus estão cansados de ouvir dizer que o Islão é pacífico, como, aliás, todas as religiões. Não há a mais leve suspeita ou o menor indício de que isso seja verdade, nem a História o confirma. A civilização, de que nos reclamamos, permite combater todas as ideologias políticas, da social-democracia ao fascismo, do liberalismo ao comunismo, mas inibe o combate às religiões, por mais insanos que sejam os princípios e obsoletos os seus livros sagrados. A blasfémia ainda é crime em várias democracias!

Os partidos políticos combatem opções de partidos rivais, sem bombas, mas as religiões são livres de apelar à violência em nome do seu deus e de organizarem o proselitismo, exortando à violência nos templos e fanatizando crianças nas escolas.

O problema europeu não é com muçulmanos nem com o radicalismo islâmico, é mesmo com o Islão, um problema sério e insanável que, à semelhança do que sucedeu já com o cristianismo, se resolveu com a repressão política ao seu clero.

Não é com diálogo entre as religiões que se combate o terrorismo, é com a exigência do respeito pela Declaração Universal dos Direitos Humanos a todas as religiões e a todos os indivíduos, crentes e não crentes, autóctones, imigrantes e refugiados.

28 de Março, 2016 Carlos Esperança

A História daquela Sexta-feira negra, a que os cristãos chamam Santa

Por

Alexandre de Castro

Há pouco, vi um pequeno filme que parodiava a Última Ceia, um filme de uma comicidade modesta e, até, de duvidoso gosto. Tomei o seguinte apontamento, que me veio à cabeça, naquele momento: “Afinal, aquilo foi tudo combinado”. E comecei a imaginar que a história poderia ter sido outra, mais a meu gosto.
Não eram doze, mas treze, o número de pessoas que se reuniram com Jesus, num cenáculo de Jerusalém, para aquela famosa patuscada. Aos doze discípulos, juntou-se Maria Madalena, que teve de esconder-se debaixo da mesa, para não ficar na fotografia oficial, uma vez que as mulheres estavam excluídas destas reuniões, destinadas apenas a homens de barbas. Em jeito de compensação, no dia seguinte, e antes de ter sido preso, Jesus foi com Maria Madalena fazer um piquenique, num pequeno bosque, nos arredores da cidade, onde ainda tiveram tempo de cheirar as flores campestres, que já estavam a desabrochar, naquela Primavera, que, naquele ano, chegou muito quente. E foi num pequeno lago, que havia ali, que Maria Madalena deu o Último Banho” a Jesus, facto que foi ocultado pelos apóstolos, quando escreveram os Evangelhos, e isto porque lhes convinha apresentar Jesus aos crentes, como um ser totalmente assexuado. Como Maria Madalena estava muito fragilizada, porque, devido ao calor, teve três desmaios, Jesus foi a uma aldeia próxima e alugou, numa loja, uma bicicleta, a um fariseu, aluguer esse que nunca chegou a ser pago, e que, por iniciativa dos respectivos e sucessivos herdeiros, ainda hoje anda em disputa nos tribunais eclesiásticos. E foi de bicicleta que ambos regressaram a Jerusalém, ele a pedalar e ela sentada no assento sobre a roda traseira. Foi já perto do Templo que uma patrulha de soldados romanos os mandou parar, tendo Jesus sido preso, por não ter licença de condução, passada pela autoridade administrativa romana. Os sacerdotes, que da escadaria do Templo presenciaram o incidente, e como não perdoavam a Jesus o facto de Ele se considerar o Messias, enviado por Jeová, souberam aproveitar a oportuna ocasião para o tramar, sublevando os judeus mais radicais e acusando o “impostor” de promiscuidade. E é com esta acusação que Jesus é levado à presença do cônsul Pilatos, que lavou as mãos e assobiou para o lado, sendo, então, a populaça enfurecida a condená-lo à crucificação.
Durante aquele tormentoso percurso até a gólgota, Jesus, carregando o pesado madeiro, sucumbiu três vezes, e, numa dessas quedas, foi Maria Madalena que lhe limpou a cara, suja de sangue e de terra, com um pano de linho, onde ficaram marcadas, como se fosse um negativo de uma fotografia a preto e branco, as linhas do rosto, onde sobressaiam os olhos a evidenciar grande sofrimento, e a coroa de espinhos, que a populaça, divertida, lhe enfiou na cabeça, como se, naqueles conturbados tempos, já existisse Carnaval.
Morreu trespassado por uma lança de um soldado romano, e nunca se chegou a saber se aquilo foi um gesto de misericórdia, para abreviar o sofrimento do condenado, ou se foi a manifestação de um automatismo, adquirido na guerra, em que, depois da batalha vencida, se assassinavam os feridos graves, a sangue frio.
Maria Madalena é que nunca mais retirou os olhos daquele rosto, um rosto que, ainda naquela manhã, ela vira iluminado por um clarão, que só a alegria do prazer dá, quando ambos cheiravam as flores campestres, no bosque. E ali ficou, sozinha, depois de os familiares e os seguidores de Jesus terem debandado, quando começou a anoitecer.
Julga-se que foi ela que retirou o corpo de Jesus da cruz, não se sabendo onde o sepultou. Também ninguém mais a viu. Ainda hoje, nas noites de lua cheia, se ouvem os seus gritos, a fazerem eco na cerca de muralhas da cidade. Mas ninguém quer ouvir estes gritos, porque Maria Madalena tornou-se incómoda para a História Universal das Verdades Eternas e Indiscutíveis, livro que se transformou no documento fundador do Internacionalismo Cristão, instituído por Paulo de Tarso, na sequência daquele clarão deslumbrante, que rasgou o Céu e iluminou a Terra, na Estrada de Damasco.

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Lisboa, Março de 2016

28 de Março, 2016 Carlos Esperança

Aleluia!

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28 de Março, 2016 Carlos Esperança

Não há talibãs só no Islão

Ontem,  domingo da Páscoa dos cristãos, encontrei uma católica, apostólica romana, talvez debilitada pela longa Quaresma em que os quarenta dias de jejum, orações e penitências lhe devem ter atenuado o entendimento, apesar da licenciatura em Humanidades numa Universidade autóctone.

Disse-me que ‘os ateus deviam ser mortos’. Compreendi a sua dor perante o martírio do seu Deus, morto na sexta-feira da Paixão e ressuscitado no sábado de Aleluia, um tempo de ansiedade que lhe pareceram três dias, e não lhe atribuí um intuito que me visasse.

Não estranhei a falta de alegria, que atribuí não à Ressurreição deste ano da Graça, mas à morte anunciada para o próximo, numa sequência mórbida que se prolongará pela vida da devota. Admirou-me o pio desabafo ‘os ateus deviam ser mortos’, numa pessoa cuja ilustração lhe permite distinguir o significado do verbo ‘ser’ do do verbo ‘estar’.
Se tivesse dito ‘os ateus deviam estar mortos’, em vez de ‘…ser mortos’, significaria que lhes desejava uma ‘morte morrida’ em vez da ‘morte matada’, expressões com que a sabedoria popular faz a distinção semântica entre a defunção natural e a provocada.

Pode ter sido fundamentalismo, mas a lua cheia, que serve para a determinação da data da efeméride, pode ter tido uma influência insuspeitada para quem pauta os seus valores à margem da astrologia!

27 de Março, 2016 Carlos Esperança

O que é a Páscoa

É a morte de JC, estrela da Companhia (ICAR), na sexta-feira santa e a ressurreição três dias depois, no sábado de aleluia.JC_1