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Dia: 23 de Maio, 2015

23 de Maio, 2015 Carlos Esperança

Pesada derrota da ICAR no seu feudo

Líder da campanha pelo “Não” reconhece derrota no referendo ao casamento gay na Irlanda

Líder da campanha pelo "Não" reconhece derrota no referendo ao casamento gay na Irlanda

Fotografia © EPA/AIDAN CRAWLEY

Segundo uma contagem inicial, o ‘sim’ terá ganho por cerca de dois boletins em cada três: “É objetivamente uma impressionante vitória para o sim”, reconheceu David Quinn.

Um dos principais líderes da campanha do ‘não’ ao casamento homossexual na Irlanda admitiu já a derrota, após o referendo histórico realizado sexta-feira sobre a legalização dessas uniões naquele país.

“Esta é uma clara vitória para o lado do sim” ao casamento gay, disse em declarações à televisão irlandesa RTE David Quinn, diretor do Instituto Iona, um dos organismos que defendem os interesses da comunidade católica.

O mesmo responsável disse que, segundo uma contagem inicial, o ‘sim’ terá ganho por cerca de dois boletins em cada três: “É objetivamente uma impressionante vitória para o sim”.

Mais de 3,2 milhões de irlandeses foram chamados sexta-feira às urnas para se pronunciarem contra ou a favor do casamento homossexual num país onde a influência da Igreja Católica, embora em declínio, continua forte.

A questão colocada aos irlandeses propunha uma alteração à Constituição para autorizar “o casamento entre duas pessoas, sem distinção de sexo”.

23 de Maio, 2015 Carlos Esperança

Os feriados, a laicidade e a propaganda católica (2)

Comentário

Por

E – Pá

A recuperação do chavão ‘Portugal – um País tradicionalmente católico‘, durante o Estado Novo, é bem visível na evolução (mais recente do que supomos) dos feriados, mas tinha outro âmbito: acorrentar a sociedade portuguesa a grilhetas tradicionais e seculares (algumas delas medievas) que múltiplos movimentos cívicos vinham contestando por todo o Mundo (desde os meados do séc. XIX).

Em certa medida o ‘efeito submerso’ desta concepção, cozinhada pela dupla Salazar/Cerejeira, resultou. Assentamos arraiais como um dos Países mais atrasados da Europa, apesar da lufada de ar fresco que foi a implantação da República. É, também, curioso verificar que foi neste caldo de cultura político-religioso que cresceu e se apoiou a mais longa ditadura europeia no século XX.

Mais tarde, uma outra manobra de dimensão mais vasta, alimentada por concepções políticas conservadoras, mas com propósitos idênticos, foi tentada – sem sucesso – na elaboração de uma Constituição europeia.

Hoje, a ‘religião’ é um vector político e económico multifacetado e o calvinismo dominante na Europa Central e do Norte em nome de uma outra divindade – a produtividade – impôs novas mudanças, desta vez restritivas que, para disfarçar, foram distribuídas pelas aldeias, isto é, atingiram numa saloia paridade justificativa feriados civis e (os ditos) ‘religiosos’…