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  • 21 de Agosto, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

“A MENTE DE DEUS É INCOGNOSCÍVEL”…

Por

João Pedro Moura

1- Os crédulos, na sua necedade larvar, para justificarem o injustificável, isto é, para tentarem paliar os males do mundo e a responsabilidade atribuída ao seu deus, porque podia evitar tais males e não os evita, alegam que ele não só tem mente (???!!!…) como é incognoscível!

Se temos um deus com mente, então também temos o mesmo com outras partes corporais, cujo conhecimento deixo à imaginação dos leitores…

Deve ser o famoso “Corpo de Deus”, que até originou um feriado…

Se tem “mente”, então, os crédulos terão de demonstrar os atos e ditos divinais, a partir dos quais se deduz uma mente de comando…

Quais são esses atos e ditos???!!!

Se se diz que a “mente” divina é incognoscível, então não podem afirmar deus, pois que não lhe conhecem a ”mente”, isto é, os atos e ditos que definem a mesma…

2- Os crédulos, no seu toledo intrínseco e fanatismo vesgo, de quererem, a todo o custo, justificar o injustificável, isto é, tentarem explicar, ante o mundo, os males que o eivam, afirmam que o seu deus de fancaria teria dado “livre-arbítrio” às suas criaturas, denotando que um colosso com poderes absolutos poderia criar pessoas e deixá-las fazer o que elas quisessem…

Ora, tal pretensão é ilógica, pela simples razão de que um deus, na medida do seu triplo omnipoder, sabe sempre o que é que cada pessoa fará até ao fim das suas vidas, pois assim as programou…

Pretender que deus criou pessoas e que, depois, elas são responsáveis pelos seus atos e ditos, é pretender que tal deus não só não tem poderes para saber o que vão essas pessoas fazerem, mas também lhe minguam os mesmos poderes para evitar males que tais pessoas façam…

Se deus é o criador absoluto, logicamente que é o responsável absoluto pelo produto da sua criação!

Portanto, fica demonstrado, à sociedade e à saciedade, a improcedência lógica do argumento do livre-arbítrio.

Pelo que, sobra aquilo que eu chamo de “Human Games”, denominação precoce, já na mira de eventual registo internacional de patente, que é a do deus ter criado pessoas para… brincar, jogar aos humanos, à laia dum “software” computacional e colossal qualquer, pelo qual o “senhor” dos néscios e crédulos se entreteria a manipular “robocops” e outros “robôs angelicais”, de forma humana …

Mas isto faz algum sentido???!!! Também nenhum…

… Porque, por definição, deus é imutável e não precisa de nada…

3- Alegam ainda, os divinais sandeus, que o seu mentor estratosférico, ao provocar maleitas e outros infaustos acontecimentos, serviria para a “finalidade dum bem superior”, bem esse que tais ineptos declaram “incognoscível”, para tentarem sonegar o esclarecimento devido e indeclinável do divino fautor, inerente a um natural e religioso conceito de bondade, sem a qual redundaria em conceção fictícia, fútil e inútil…

Ora, dizer que deus é bom e faria maldades e desastres, castigadores, para alcançar um “bem superior”, afirmação perfeitamente estouvada e gratuita, é simétrica de dizer que “deus é mau e faz bondades e venturas, felicitadoras, para alcançar a finalidade dum mal superior”, afirmação também sem nexo, mas da mesma lógica da anterior…

Se deus é bom, então fará coisas em conformidade e não por etapas fantasmagóricas e ilógicas, denotativas de poderes dúbios…

4-…E um ser imutável não pode criar, porque criar implica um estado anterior, negativo dessa necessidade, e um estado posterior, afirmativo dessa necessidade e sua concretização. Ora, um ser absoluto não tem necessidades, nem estados anteriores ou posteriores de nada…

Isto é, os crédulos, ao conceberem tamanha farsa divina, nem se dão conta do mistifório argumentativo em que imergem, inextricavelmente…

5- Que piadético, que grotesco, afirmar que a matéria deriva da obra criativa duma entidade essencialmente imaterial, sem forma, sem densidade, sem cor, sem cheiro, sem peso, sem comprimento, altura ou largura, quando a matéria se traduz por inúmeros parâmetros físicos!!!…

Como justificar que aquilo, essencialmente imaterial, criou isto, essencialmente material???!!!

O “corpo de deus”, em todo o seu esplendor!…

6- Se nós não sabemos como apareceu a matéria primordial, e nunca poderemos saber, mais vale estarmos calados e não especularmos sobre deuses ridículos, fúteis e inúteis…

Se nós não sabemos como se formaram as primeiras cadeias de aminoácidos e, sobretudo, as formas primevas de vida, ficamos curiosos e estudiosos sobre a matéria primordial e evolução natural e não divagamos sobre pretensos e excelsos colossos, que nada explicam…

7- Mas o que pensam e divulgam, em geral, os crédulos religionários sobre a origem do universo e da vida?!

Já não põem em causa a plausibilidade da teoria do Big Bang, mas, em vez de se ficarem pela incognoscibilidade científica do suposto tempo anterior ao BB, não, têm o desplante de afirmarem que foi o seu deus tolinho que criou a matéria original, sem o provarem…

Mais e pior: em vez de aceitarem a origem da vida como decorrente da complexidade do “caldo de cultura” primordial, há uns 3,5 biliões de anos, em que uma evolução de centenas de milhões de anos e biliões de biliões de conjugações materiais, nesse “caldo de cultura” original, provocou a ocorrência, em hipótese, obviamente, remotíssima e dificílima de surgir, duma cadeia de aminoácidos autorreplicativa, cuja complexidade evolucionista culminou no primeiro conjunto de bactérias, em vez de aceitarem, dizia eu, a plausibilidade lógica e material de tal evolução, não, reiteram que foi o seu deus maluquinho a criar a vida, toda…

Isto é: os crédulos, que pregam a incognoscibilidade do seu deus, para se safarem das situações mais prementes, passam, numa penada, à cognoscibilidade desconcertante da coisa divina, atribuindo-lhe, sem rebuço, a origem de tudo…

Um deus imutável, que, quiçá, sacudindo a pasmaceira torporosa que o entanguia, disse um dia: “fiat lux”…

Um deus, isto é, algo essencialmente imaterial a criar tudo essencialmente material…

…Mas que os crédulos, na sua estupidez infinita, acham mais plausível que seja uma entidade imaterial a criar o material e não a decorrência sucessiva de materiais…

…Algo que nenhum programa científico, nenhum grupo de investigação, nenhuma universidade admitem…

 

Assim, para que prestar culto a semelhante divindade???!!!