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Mês: Julho 2014

31 de Julho, 2014 Carlos Esperança

No Islão moderado

Quando o Islão é moderado, as mulheres podem estudar e tirar uma fotografia de curso. Para mais tarde recordar.

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31 de Julho, 2014 Carlos Esperança

A burqa, o niqab e a laicidade

É surpreendente que cidade a cidade, país a país, a tolerante Europa comece a proibir os símbolos identitários que atingem sobretudo as comunidades muçulmanas. Várias vezes discuti o assunto, quando ainda não tinha o atual grau de premência, com o meu velho  condiscípulo do liceu da Guarda, Vital Moreira.

Os seus argumentos contra a proibição tinham o brilho da inteligência e da convicção e jamais me persuadiram, apesar de ambos defendermos a laicidade como exigência da democracia.

É difícil convencer alguém de que os crentes podem ser indulgentes, mas não o são as crenças, e de que há evidente afinidade entre crenças e ação. Os muçulmanos podem ser pacíficos, e geralmente são, mas não o são o livro que os intoxica nem os pregadores que os fanatizam.

Os cristãos já não assam judeus mas, quando frequentei a catequese, odiava-os. Muitas décadas depois de pensar que deus foi uma invenção dos homens e um instrumento do poder ao serviço das classes dominantes, aprendi que os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Atos dos Apóstolos têm cerca de 450 versículos abertamente antissemitas.

O sionismo não existiria se não existisse a crença no Armagedão e a demência da fé que devora os judeus de trancinhas que se esforçam por derrubar o Muros da Lamentações à cabeçada e se julgam o povo eleito com uma escritura notarial celeste que lhes outorga a Palestina.

Quanto ao Corão e aos horrores que Alá reserva aos infiéis basta a leitura na diagonal para nos apercebermos do fascismo islâmico contido nos versículos que são debitados nas pregações das mesquitas e recitados nas madraças. Não convém desconhecer que mais de cento e cinquenta versículos do Corão são dedicados à jihad.

As Cruzadas, a Inquisição, a Evangelização, o sionismo e o terrorismo islâmico seriam improváveis sem o livro que Saramago designou como “manual dos maus costumes”. O facto de os cristãos se comportarem hoje com civilidade deve-se à repressão política sobre o clero, desde o Iluminismo, e não à bondade dos textos sagrados.
Em nome da liberdade defendo a interdição da burka e do niqab, sinais de submissão da mulher e instrumento de provocação contra a sociedade laica. Por cada mulher que quer usar livremente tais adereços há milhares que são obrigadas.

Provem-me que a Tora, a Bíblia e o Corão só defendem o bem, apesar de os intérpretes diplomados que insistem em convencer-nos, quando lhes convém, de que tais livros não dizem o que lá está.

Qualquer religião, filosofia ou ideologia política que despreze a igualdade entre homens e mulheres, não merece a minha consideração. E nenhuma religião respeita.

Soube-se hoje que o vice-primeiro ministro da Turquia disse que as “Mulheres não devem rir em público”.  O processo de reislamização em curso, impulsionado pelo PM Erdogan, a quem a Europa e EUA insistem em apelidar de «muçulmano moderado», vai a caminho da sharia.

30 de Julho, 2014 Carlos Esperança

Há sempre um primeiro milagre no circo da fé

O primeiro milagre do heliocentrismo (Folha de São Paulo)

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u660688.shtml

Vou abrir minha igreja e já volto!!! 

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/mariahelena/posts/2011/07/10/o-primeiro-milagre-do-heliocentrismo-391381.asp

Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja.

Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos) . É tudo muito simples.

Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis.

Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros “Is” de bens colocados em nome da igreja.

Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.

LISTA DE IGREJAS ABERTAS NO BRASIL EM 2010 (até setembro)

– Igreja da Água Abençoada

– Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina

– Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder

– Congregação Anti-Blasfêmias

– Igreja Chave do Éden

– Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta

– Igreja Batista Incêndio de Bênçãos

– Igreja Batista Ô Glória!

– Congregação Pass o para o Futuro

– Igreja Explosão da Fé

– Igreja Pedra Viva

– Comunidade do Coração Reciclado

– Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal

– Cruzada de Emoções

– Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)

– Congregação Plena Paz Amando a Todos

– Igreja A Fé de Gideão

– Igreja Aceita a Jesus

– Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém

– Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo

– Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)

– Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (quem perder vai ficar!!!)

– Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação

– Comunidade Arqueiros de Cristo

– Igreja Automotiva do Fogo Sagrado

– Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo

– Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo

– Igreja Palma da Mão de Cristo

– Igreja Menina dos Olhos de Deus

– Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos

– Associação Evangélica Fiel Até Debaixo DÁgua

– Igreja Batista Ponte para o Céu

– Igreja Pentecostal do Fogo Azul

– Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!

– Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas

– Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade

– Igreja Filho do Varão

– Igreja da Oração Eficiente

– Igreja da Pomba Branca

– Igreja Socorrista Evangélica

– Igreja A de Amor

– Cruzada do Poder Pleno e Misterioso

– Igreja do Amor Maior que Outra Força

– Igreja Dekanthalabassi

– Igreja dos Bons Artifícios

– Igreja Cristo é Show

– Igreja dos Habitantes de Dabir

– Igreja Eu Sou a Porta

– Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo

– Igreja da Bênção Mundial

– Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse

– Igreja Barco da Salvação

– Igreja Pentecostal do Pastor Sassá

– Igreja Sinais e Prodígios

– Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul

– Igreja do Manto Branco

– Igreja Caverna de Adulão

– Igreja Este Brasil é Adventista

– Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção)

– Igreja Evangélica Florzinha de Jesus

– Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando

– Ministério Eis-me Aqui

– Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia

– Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará

– Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos

– Igreja Evangélica Facho de Luz

– Igreja Batista Renovada Lugar Forte

– Igreja Atual dos Últimos Dias

– Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te

– Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas

– Igreja Evangélica Bola de Neve

– Igreja Evangélica Adão é o Homem

– Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado

– Ministério Maravilhas de Deus

– Igreja Evangélica Fonte de Milagres

– Comunidade Porta das O velhas

– Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica

– Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo

– Igreja Evangélica Luz no Escuro

– Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim

– Igreja Pentecostal Planeta Cristo

– Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos

– Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta

– Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés

– Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão

– Igreja Evangélica Muçulmana Javé é Pai

– Igreja Abre-te-Sésamo

– Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus

– Igreja Bailarinas da Valsa Divina

– Igreja Batista Floresta Encantada

– Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder

– Igreja do Louvre

– Igreja Evangélica Batalha dos Deuses

– Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados

– Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior

– Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida

– Igreja Pentecostal Marilyn Monroe

– Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo

– Igreja Pentecostal Trombeta de Deus (Samambaia -DF)

– Igreja Pentecostal Alarido de Deus (Anápolis -GO)

– Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo (Anápolis -GO)

– Igreja Batista Coluna de Fogo (Belo Horizonte -MG)

– Igreja de Deus que se Reúne nas Casas (Itaúna -MG)

– Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei(Poços de Caldas-MG)

– Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia (Uberlândia -MG)

– Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará (Contagem -MG)

– Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo (Três Lagoas -MS)

– Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos (João Pessoa -PB)

– Ministério Favos de Mel (Rio de Janeiro -RJ)

– Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (Rio de Janeiro -RJ)

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OBS – Essa multiplicação de igrejas que benefícios trouxe ? Alguém sabe me dizer? Essa é a pergunta deste domingo. MH

30 de Julho, 2014 Carlos Esperança

Algumas notas religiosas para a silly season

Naquele tempo tinha sido Deus encarregado, pelas tribos nómadas dos árabes, para falar de forma definitiva e dar o alvará de profeta pela última vez.

Ajudou-o na tarefa um velho amanuense que seis séculos antes era alcoviteiro, o arcanjo Gabriel. Apesar da vasta criação de profetas e anjos, em que eram peritos os hebreus foi, Gabriel o escolhido para escriturário da fé, naquela região onde se substituíam os deuses criados para cada especialidade por um único.

Os hebreus tinham criado Deus para uso das suas doze tribos e o isolamento da época fê-los acreditar que eram o povo eleito. Apesar do êxito e de ser pouco recomendável a criatura, lembrou-se Paulo de Tarso de tentar uma nova cisão para que o Deus de Israel pudesse ser exportado para todos os cantos do mundo, conhecidos ou a descobrir.

Perderam os hebreus, especializados na criação de profetas, milagreiros, anjos e ofícios correlativos, que viram confiscado o Deus de Abraão, da sua lavra, e oferecido a todos os que quisessem adorá-lo. Aliás, o proselitismo ajudou à disseminação e foi o Império Romano que acabou por ser o seu sectário defensor e propagandista musculado.

Mais tarde, no início do séc. VII da era vulgar, ganhou o alvará de profeta, o legítimo e genuíno, um condutor de camelos, habituado a retirar-se para orar e meditar nos montes perto de Meca. No ano de 610, acredite quem quiser, o pastor de quarenta anos fazia um desses retiros espirituais, no interior de uma das cavernas do Monte Hira, quando o anjo Gabriel o achou e lhe ordenou que recitasse os versículos enviados por Deus e que ele próprio, pacientemente, o obrigara a decorar nas suas viagens entre Medina e Meca.

Sem concurso aberto, nem provas públicas, a fé quer-se oculta, o pastor foi empossado como profeta e passou a debitar uma cópia grosseira do cristianismo, misturada com as fontes do judaísmo, conhecimentos que não eram alheios aos árabes. E não lhe faltaram combatentes cruéis para serem militantes do que diziam que disse e que lutavam contra quem dizia que era diferente o que disse.

Quanto mais primária for uma crença mais sedutora se torna. Claro que não faltaram os verdadeiros intérpretes da palavra exata nem as lutas pela autenticidade. Mas do que se diz que o Misericordioso disse, apesar da violência que as tribos nómadas cultivavam, a fé mantém-se viçosa no húmus da superstição que a tradição eleva à culminância divina.

Os cinco pilares andam aí, contra as mulheres, contra a liberdade, contra um módico de modernidade, impostos à bomba por uma legião de dementes, ansiosos de virgens e de rios de mel. Até quando?

29 de Julho, 2014 Carlos Esperança

Homem Reto, segundo o Alcorão

Por

Leopoldo Pereira

Dos inúmeros contactos por mim realizados junto de amigos e simples conhecidos, no sentido de perscrutar qual a sua inclinação quanto à alternativa entre serem retos ou tortos (torcidos), obtive 100% de respostas (validadas), todas apontando inequivocamente na primeira hipótese. Mentirosos!
(Não contatei mulheres, já que o citado Livro lhes confere pouco crédito).

“Homem reto é quem crê em Deus, no Último Dia, nos Anjos, no Livro e nos Profetas”.

Por consideração para com os que infelizmente se marimbam para estes transcendentes assuntos, relembro que no ano 500 (ou lá perto), Deus trocou as voltas ao Povo Judeu, até então o seu predileto, e foi sondar Maomé, jovem árabe analfabeto, para ver se queria mudar de Clube (alinhava nos Politeístas). A princípio assustou-se, não se julgava à altura de tamanha honra, mas as condições pareceram-lhe tentadoras e o contrato ficou selado volvidos poucos dias, na presença do enviado celestial de serviço, o arcanjo Gabriel. Anjo graduado, experiente e de eficiência confirmada, já trazia as cláusulas escritas, só faltava Maomé assinar. O diabo é que não sabia ler e teve de relembrar isso ao interlocutor. Gabriel sorriu e, com ares de gozo, ripostou: “ Não te preocupes, tenta ler e verás que consegues”. Dito e feito. O primeiro “milagre” deste novo “Profeta”.

Antigos companheiros, representantes do Poder Local e Clérigos, preocupados com a atitude da “ovelha tresmalhada”, tudo fizeram para a trazer de volta, oferecendo-lhe inclusive honrarias a nível religioso e político. Nada o demoveu. Mas o campo inimigo contava com a esmagadora maioria da população e, ainda que nem sempre a razão esteja do lado da maioria, a breve trecho teve de “cavar” para Medina, caso contrário teria sido espancado ou mesmo morto em Meca, onde vivia e onde tinha espatifado 360 ídolos! (os mecanos adoravam quase um ídolo por dia. Convenhamos que não era prático…).

Depois e porque um homem, para além de alimentar o espírito também tem de alimentar o corpo, casou com uma viúva rica. Estabilizada a situação económica, com a camarada Cadja (mãe dos crentes), passou a olhar mais afincadamente para as mulheres que o rodeavam (bastantes) e a atender com maior frequência o tal Gabriel.
Tolerante e nada fanático, foi com tremenda calma e paciência que, ao longo de 23 anos, assistiu à tradução da Bíblia e às alterações que se impunham, concretamente em tudo o que dissesse respeito aos judeus.

O Corão passou a ser o Livro Verdadeiro, aquele que Deus quer.

Nós dizemos Alcorão, face às muitas palavras árabes que mantemos e começam por “al”.

“O Alcorão prega a tolerância e proclama, frequentemente, o princípio de não coerção em matéria de religião”.

Isto, aliado ao desejo de mudança e à inteligência, leva alguns estudantes universitários (por exemplo) a renegarem a cultura “ocidental”, de cariz cristã e a alistarem-se nas diversas fações islâmicas que, pela força das armas, desejam impor ao Mundo a sua religião.
É por demais evidente “a tolerância e o princípio de não coerção”… da Chechénia ao Afeganistão, do Iraque à Síria, da Somália à Nigéria.

A perseguição aos infiéis (todos quantos não praticam o islamismo) está prevista e são muitas as ameaças que Deus lhes dirige, tais como: “Terão o merecido castigo”; “Terão um castigo doloroso”; “Castigá-los-á, abandonando-os e deixando-os extraviados”; “Persegue os incrédulos”; “Se quisesse, retirar-lhes-ia o ouvido e a vista”; “ Temei o fogo, que tem por alimento os ídolos, e que foi preparado para os incrédulos”; “É inimigo dos incrédulos”; “Sereis vencidos e reunidos no Inferno. Que má morada essa!”, “Reunirá os hipócritas e os infiéis no Inferno”; “É rápido no ajuste de contas”; etc., etc.

“Deus atesta que não há outro Deus senão Ele” e se Ele atesta… está atestado.
Portanto seria Ele a castigar os infiéis e não os seus fanáticos fãs. Correto?

Porém existem no Alcorão frases como estas: “Combatei pela causa de Deus e sabei que Ele tudo ouve, é omnisciente”; “Exterminámos até ao último os que recusavam os Nossos versículos, pois não eram crentes”; “As piores bestas diante de Deus são os descrentes, pois eles não creem”; “ Terminados que sejam os meses sagrados, matai os idólatras onde os encontrardes. Apanhai-os! Preparai-lhes todas as espécies de emboscadas!”; “Combatei quer estejais mal ou bem armados! Combatei com as vossas riquezas e as vossas pessoas na senda de Deus: Isso é melhor para vós, se sabeis”; etc., etc.

Tais frases podem ser interpretadas à letra, subestimando esta outra:
“Há ignorantes que não conhecem do Livro senão a ficção e não fazem mais do que especular.”

Será que os Jihadistas (Jihad – esforço no caminho de Deus e não Guerra Santa, como é vulgo traduzir-se) são ignorantes? Ou será que pretendem mesmo eliminar todos os descrentes (as piores bestas, muito piores que os facínoras, incendiários, pederastas, pedófilos, ladrões, violadores, fanáticos, canibais, caluniadores, etc.)?

“Os que não creem e tomam por mentira os nossos versículos, esses serão entregues às chamas.”

Em sintonia com as fogueiras da “Santa Inquisição”!
Pelo que temos constatado, ainda que a uma distância considerável da Idade Média, as fogueiras (ou quejandos) andam por aí… e bem vivas.

Sugestão: Sê um Homem reto, ou finge (mais vale cobarde vivo que herói morto).

A propósito dos castigos divinos, que devem ser tomados em linha de conta, lembrei uma anedota, que partilho convosco:
Numa aldeia do interior, o padre jogava bilhar com um campónio. Este, sempre que errava, dizia: “Ora porra, falhei”. O padre, chateado de tanto o ouvir proferir aquela asneira, avisou: “Você devia evitar falar como fala e olhe que Deus castiga, por exemplo com o raio”. Havia trovoada e a dado momento ouviu-se enorme estampido; um raio penetrara no salão e o padre caiu morto. Então, das Alturas suou uma voz: “Ora porra, falhei.”

L. Pereira, 18/07/2014

28 de Julho, 2014 Carlos Esperança

DA LIBERDADE RELIGIOSA – O CASO DA PROCURADORA ADVENTISTA

Por

João Pedro Moura

Uma Procuradora do Ministério Público, adventista, reclamava há anos contra o seu trabalho profissional, ao sábado, que contrariava um princípio da sua confissão religiosa.
A sua reclamação não foi deferida pelo Supremo Tribunal Administrativo (STA), mas foi-o pelo Tribunal Constitucional, recentemente, como noticiou a imprensa.

Sumariamente, e sem entrar em pormenores, até porque desconheço os acórdãos, mas baseando-me no que li na imprensa, o STA indeferiu o seu pedido, alegando que os procuradores não têm flexibilidade laboral e que, como tal, a liberdade religiosa não poderia prevalecer sobre os deveres funcionais.

O TC contra-argumentou, alegando que os procuradores têm um horário flexível e por turnos, deduzindo que, assim, não haveria razão para declinar o pedido de dispensa de trabalho ao sábado.
Mais disse o TC que a liberdade religiosa não era um princípio abstrato e que, para ser exercida, havia que dar condições aos religionários e suas pretensões.

Todavia, o TC não tem razão, como eu irei fundamentar, seguidamente:

1- O exercício da liberdade religiosa jamais poderá colidir com o exercício profissional, sob pena de se prejudicar uma profissão, isto é, sob pena de se prejudicar os beneficiários de tal profissão e/ou os colegas da mesma profissão ou serviço.
A ser alguém prejudicado, e o prejuízo social é o melhor indicador de razões, então que seja o religionário, pois que só se prejudica a ele (e que prejuízo?!) e não as outras pessoas usufrutuárias do serviço ou os eventuais colegas do religionário reclamante de benesse profissional.

2- Assim, num conjunto de procuradores afetos a determinada comarca ou serviço judicial, se houver um adventista, ou mesmo 2 ou 3 ou mais, reclamadores do privilégio de folga religiosa ao sábado e a serem satisfeitos por legislação própria, irá levar à sobrecarga dos outros procuradores e fazê-los trabalhar mais ao sábado, numa regra decerto constrangente para estes últimos, pois que quereriam continuar a trabalhar ao sábado quando fosse o turno deles e não quando fosse o turno deles mais o dos religionários privilegiados…

3- Imaginemos agora uma sociedade onde se praticasse o conceito de liberdade religiosa, à moda do TC, em que um conjunto de muçulmanos reclamavam para não trabalharem à sexta-feira…
Tínhamos, por exemplo, um professor islâmico isento à sexta-feira, a que acrescia a folga normal ao sábado e ao domingo…
…Ou um procurador, militar, polícia, bombeiro, enfermeiro, médico, islâmicos, a reclamarem por folga à sexta… e a obrigar, assim, os outros, não-muçulmanos, a trabalharem mais nesse dia…

4- Imaginemos esse conjunto de profissionais, agora do quadrante judaico e daquelas igrejas cristãs fundamentalistas, tal como a adventista, todos a pedirem isenção de trabalho ao sábado, prejudicando o outro conjunto de colegas, que se obrigariam a trabalhar mais nesse dia, contra a sua vontade…

5- Imaginemos uma igreja, defensora contumaz de folga ao domingo, e que congregasse a maioria duma população sequaz, pessoas essas recusando-se a trabalhar ao domingo!…
Seria interessante chegar ao domingo e ver tudo fechado: cafés, restaurantes, bombeiros, polícias, militares, jogos desportivos, serviços de saúde, lojas comerciais, tudo…
… Ou estarem abertos alguns serviços ou algumas lojas, em modo de défice de pessoal…

6- Ao que chegaria o conceito de que a liberdade religiosa passaria pela sobrecarga de trabalho dos outros, em certos dias, para que suas excelências, os religionários fanáticos e contumazes, nos seus preceitos religiosos, tivessem o privilégio de folga, mas os outros não, mesmo que estes quisessem, sem presunção religiosa, continuar a folgar em modo normal…

7- Aqui há tempos, foi uma candidata a advogada, também adventista, que se recusou a fazer uma prova ao sábado. Isto é, para que sua excelência tivesse a benesse e o privilégio de não fazer tal prova ao sábado, ela e os outros teriam que fazer de segunda a sexta, ou então, ter-se-ia que fazer uma prova específica para sua excelência, a adventista, noutro dia, obrigando os fazedores de provas a trabalhos redobrados, que certamente não gostariam de fazer…

8- Para estes males, existe a laicidade, que é o reconhecimento da religiosidade, sem outorga de privilégio a ninguém, pois que o privilégio de uns seria o ónus doutros.
As pessoas deverão ter liberdade religiosa, desde que esta não colida com o funcionamento normal dos serviços e da própria sociedade.
A não ser assim, está-se a colocar a liberdade religiosa acima do restante direito, beneficiando uns e prejudicando outros.

9- A base mínima do entendimento social e fundamento da agregação de pessoas é o direito que as une a todas e que passa pelo funcionamento de serviços comuns, como saúde, educação, habitação, trabalho, lazer, etc.
O direito e a consequente respeitabilidade cívica está aí!
A liberdade religiosa, concomitantemente, é uma parte do direito, que se subpõe ao direito geral e às liberdades gerais, não podendo, portanto, subjugá-las.

27 de Julho, 2014 Carlos Esperança

A religião, a misoginia e a brutalidade divina

Num tempo em que a opinião pública é formada nas madraças da contrainformação, os ódios e os amores nascem nos jornais e televisões, e o livre-pensamento está sujeito aos constrangimentos sociais, como outrora a fé, ao pároco, às catequistas e aos devotos, há obrigação de enfrentar os preconceitos e a fúria dos amigos e adversários, para quem as más notícias prejudicam os seus credos.

Há violências mudas no interior das guerras de rockets e tanques de guerra ou à margem delas. Há tragédias de mulheres condenadas à escravidão ou à não existência, mutiladas, insultadas e feridas pelo mais feroz dos fascismos, que persiste em contexto islâmico.

No Iraque, onde exaltados cruzados lançaram o caos e intensificaram a violência, surge agora um bando sinistro, o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) a impor, em nome de Alá, severas restrições às mulheres de Mossul, cidade que conquistaram em junho.

Na demência de uma bulimia misógina, a caterva de trogloditas de Deus exigiu a todas as mulheres o uso do véu integral, de roupas largas que não revelem as formas do corpo e que tenham sempre as mãos e os pés cobertos, para evitarem «castigos severos».

Os comunicado dos piedosos selvagens avisava, segundo o jornal El País: «Isto não é uma restrição de liberdade, apenas impede que as mulheres caiam na humilhação e vulgaridade de ser um espetáculo».

Na quinta-feira, essa canalha medieval ordenou que todas as mulheres da cidade, entre os 11 e os 47 anos, se submetessem à mutilação genital, segundo denunciou à BBC a coordenadora das Nações Unidas no Iraque, Jacqqueline Badcock.

A fatwa do EI submete as mulheres de Mossul à violência brutal, medonha e criminosa que as expõe a hemorragias, riscos urinários, infeções e infertilidade, para além de as privar do prazer sexual e dos mais elementares direitos humanos, para satisfação de um profeta analfabeto e violento que entrou em defunção há 1382 anos.

Oiço falar de multiculturalismo e fico com brotoeja. Há um manual terrorista chamado Corão e devotos criminosos. Chamem-me xenófobo e esquizofrénico, pretextem as más interpretações dos hadiths, digam-me que é excessiva a generalização e que, na revolta que sinto me assemelho a essa canalha maldita.

As mulheres, que os pulhas de Deus destroem, são minhas companheiras, irmãs, filhas e netas. Maldita religião, malditos cúmplices.

27 de Julho, 2014 Carlos Esperança

A verdade e a sua difícil descoberta

É difícil descobrir a verdade entre catadupas de desinformação e contrainformação que têm o apoio sectário dos dois lados da barricada.

Acreditem, leitores, que me esforço por navegar entre destroços da propaganda, à espera de identificar factos e fotos reais, quando se deturpam os primeiros e se manipulam as segundas, quando se atribuem a uma guerra em curso imagens de um acidente passado.

Espero que, nos erros que cometo, vejam a boa fé que me anima, o contributo do zelo de quem lança temas à reflexão de quem visita este blogue. Espero que apreciem o esforço com que uso a única arma de que disponho – a palavra –, e que me ajudem a corrigir os enganos, apontando-os.

A Ucrânia, onde a UE, no meu ponto de vista, foi responsável pela provocação à Rússia, e Israel, onde uma provocação do Hamas foi pretexto para a cruel retaliação, não são os únicos pontos do planeta onde a violência atinge o paroxismo da crueldade. O Iraque, a Nigéria, a Síria vivem dramas, e outros obscuros países têm populações onde se morre à fome, onde as epidemias atacam e os déspotas governam.

Não há autoridade mundial que impeça manifestações de racismo, xenofobia, vingança e misoginia. Parece que a vitória dos preconceitos de cada um é mais importante do que o combate à discriminação de género, ao tribalismo, à fome e às epidemias.

Uns rezam, outros acirram ódios, e todos somos responsáveis pela espiral de violência que grassa no Planeta.

Que raio de Mundo onde as religiões envenenam tudo!