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Dia: 14 de Abril, 2014

14 de Abril, 2014 David Ferreira

Argumentos racionais e fé

Por:

“Bezerros de Ouro”,  em (http://bezerrosdeouroeoutrastentacoes.wordpress.com/)

 

Sobre os argumentos racionais serem bastante frágeis diante da fé de um crente convicto

 

A fé não pode ser derrotada por um argumento racional, porque a fé é a crença irracional em qualquer coisa, em alguém ou numa situação; ora se não é racional a razão não poderá ser encontrada na base do seu argumento, visto este ser de natureza diferente da avaliação que fazemos com os nossos sentidos. O argumento pela fé e o argumento pela razão estão em linhas de pensamento que nunca se irão encontrar.

Qualquer argumento racional é baseado na perceção que temos da realidade, naquilo que pode ser analisado com a visão, o olfacto, o tato, a audição e o paladar, auxiliado pela ciência e tecnologia. Um argumento pela fé é baseado numa crença ou num dogma, ou seja, naquilo que se acredita sem nenhum fundamento racional.

Duas pessoas, que nutrem um grande carinho por gatos, estão sentadas num banco de jardim falando calmamente da vida. Subitamente surge no seu ângulo de visão um gato preto de pelo particularmente bonito e brilhante. Uma das pessoas aprecia a pelagem do animal e tece elogios à sua elegância. A outra fecha os olhos, faz figas e reza uma oração propícia ao espantamento do azar, afinal era sexta feira, treze. Ambas tiveram a mesma perceção da realidade: viram um gato preto, só que uma delas descodificou um belo exemplar felino e a outra associou ao negro animal uma fonte de má sorte.

Na verdade, e relativo ao quadro anterior, qualquer argumento racional é bastante frágil perante a crença nos malefícios do gato preto. É que numa análise racional um gato preto é apenas um felino de pelagem preta em qualquer dia do mês. Numa análise pela crença um gato preto continua a ser um felino preto, mas tem mais uma coisa que é completamente irracional: é um veículo do azar particularmente às sextas feiras, treze.

Não há como analisar a má sorte contida no gato preto, pois ela, a má sorte, depende apenas do funcionamento psicológico das pessoas que acreditam que gatos pretos trazem azar.

A fé funciona da mesma forma.