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Dia: 7 de Fevereiro, 2013

7 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

A SENSIBILIDADE CATÓLICA DE ULRICH

Por

António Horta Pinto

O incontinente banqueiro Ulrich, questionado há dias acerca das bojardas que bolçou sobre os sem-abrigo, manteve o que disse, e afirmou que não recebia lições de sensibilidade de ninguém, pois lhe bastavam as que tinha recebido da sua família e da Igreja Católica.
Eu bem tinha desconfiado que andava ali o dedo da Igreja Católica. É que já é sobejamente conhecida a “sensibilidade” que esta instila nos seus mais diletos discípulos. Católico, ex-seminarista e abençoado pela Santa Igreja era Salazar, como católicos eram quase todos os seus ministros e os seus piedosos diretores da Pide; e que sensibilidade eles tinham!

Católico deve ser também o ministro Gaspar – até fez os seus estudos na Universidade Católica (que belas doutrinas económicas lá ensinam!) –, o maior produtor de sem-abrigo, de desempregados, de pobres e de miseráveis de que há memória. Católico é também o próprio chefe do bando, Passos Coelho, que, roubando o emprego a dezenas de milhares de pais e mães de família, tirando o pão a milhares de crianças, reduzindo as miseráveis pensões dos idosos pobres, tem o descaramento de dizer publicamente que apesar disso “dorme descansado”. Que sensibilidade!

Católicas são também a maior parte das “almas piedosas” que querem acabar com o Serviço Nacional de Saúde e com o ensino público e gratuito, únicos recursos dos que não têm dinheiro para pagar clínicas privadas e escolas particulares.

Isto para já não falar da “sensibilidade” da Santa Inquisição, que felizmente já acabou há muito tempo, mas apenas porque os incréus, contra a vontade da Igreja, deram cabo dela.

Não há dúvida: o catolicismo, em matéria de “sensibilidade”, tem pergaminhos. Ulrich teve boa escola!