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Dia: 20 de Julho, 2012

20 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Santo Escrivà continua morto e a meter cunhas

Favores obtidos pela intercessão de São Josemaria Escriva
Cuidado com o que rezas!

Há dois anos corria o risco de ser despedido da empresa em que trabalhava. Rezei a Novena do Trabalho. Duas ou três semanas mais tarde, disseram-me que ia trabalhar no melhor projecto da empresa. Em vinte e cinco anos de trabalho, nunca tinha tido tanto trabalho, nem tinha lucrado tanto, como nestes últimos dois anos. Não consigo dar vazão. Cuidado com o que rezas! Desde então tenho rezado várias vezes a Novena do Trabalho pedindo por vários dos meus amigos, e todos menos um encontraram novos e bons empregos.

Comentário: A seita mais reacionária da ICAR continua a campanha de obscurantismo em vez de pedir perdão pela colaboração com Francisco Franco e vários outros ditadores.

20 de Julho, 2012 Carlos Esperança

A feira dos milagres (R)

Na ânsia de fabricar milagres, JP2 e B16 convocaram centenas de defuntos, sepultados em zonas de confiança ideológica da ICAR, para curarem uma criança aqui, uma freira acolá, um médico noutro sítio, enfim, uma quantidade enorme de doentes que Deus sadicamente tinha estropiado. A boa vontade dos defuntos, em péssimo estado de conservação, aliviou alguns cristãos das moléstias enviadas pela divina providência, na sua infinita bondade.

O exercício da medicina tem sido o passatempo desses bem-aventurados, há muito desaparecidos, cristãos com pecados apagados pelo tempo e virtudes avivadas pelo Papa. No laboratório do Vaticano autenticam-se certificados de garantia para os milagres e criam-se novos beatos e santos que povoam a folha oficial do bairro de 44 hectares.

Antigamente era o próprio Cristo que se deslocava à Terra para ajudar a ganhar batalhas aos seus eleitos ou que aconselhava os cristãos sobre a forma de matarem os infiéis com mais eficácia. Depois de numerosos desaires, ou porque a idade e o reumático lhe limitaram as deslocações, Deus deixou ao Papa a tarefa de engendrar os milagres mais adequados à promoção da fé e estupefação dos crentes. Os dois últimos pontificados abandonaram o método artesanal de fazer um santo aqui outro acolá, de acordo com os interesses políticos do Vaticano e as oferendas dos países favorecidos, para se dedicarem à industrialização.

As curas de cancros foram, durante muito tempo, as preferidas da Cúria romana. Problemas de ossos, moléstias da pele, diabetes, paralisias e outras doenças fazem parte do cardápio da santidade. Mas, com tanta clientela para elevar aos altares, o Vaticano já chegou ao ponto de deixar para um imperador (Carlos I da Áustria) a cura de varizes a uma freira. Foi uma ofensa aos quatro filhos vivos que assistiram à beatificação. Se para um imperador sobra como milagre a cura de varizes, JP2, quando for um sólido defunto, arrisca-se a não ter disponíveis mais do que dois furúnculos para curar, numa catequista da Polónia, se quiser chegar a santo pois não pode repetir o número do Parkinson numa freira.

Os medicamentos estragaram os milagres de grande efeito, como a cura da lepra, por exemplo. Há milagres que o Vaticano não arrisca – hemorroidas, por causa do sítio, e a sífilis, a blenorragia, a SIDA e outras moléstias que associa ao pecado.

Mas há enganos que há muito deixou de cometer, canonizar por engano um cão que julgava mártir, ou uma parelha de mulas que morreram de exaustão e que a ICAR pensou tratar-se de santas mulheres que sacrificaram a vida pelo divino mestre.

Os milagres são cada vez mais rascas mas os dados biográficos dos que os obram são cada vez melhor escrutinados.