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Dia: 1 de Junho, 2012

1 de Junho, 2012 Abraão Loureiro

O Diário Ateísta não virará um pica-pau entre ateus

Provavelmente muitos do leitores esqueceram ou não leram o conteúdo presente no canto direito da página.

Pois bem, aqui vai o texto:

O Diário Ateísta

Fundado no ano 2000, o ateismo.net foi o sítio web criado para juntar uma comunidade de ateus e ateias portugueses para a formação do que veio a ser a Associação Ateísta Portuguesa. O ateismo.net deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogs portugueses, hoje um espaço privado de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos aqui publicados são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da AAP.

No passado fim de semana realizou-se a Assembleia Geral da AAP.

Como não faço parte da direcção não posso jurar mas acredito que todos foram convocados para estarem presentes.

Ali, seria o local apropriado, para cada um expressar os seus pontos de vista ou debater as suas discordâncias ou consonâncias .

Sou associado e compareci mas outros, por motivos de vária ordem não compareceram. Talvez os discordantes não necessitassem de se expor (a menos que o seu desejo fosse mesmo esse) para dizerem que estão de saída por discordarem dos conteúdos publicados.

E tudo isto por causa de uma simples publicação onde se recomendava a leitura de um livro. Noto que ninguém da lista de colaboradores do DA fez alguma observação à postagem. Os comentários vieram de leitores do lado de fora. Não significa isto que todos os colaboradores estivessem de acordo com o post. Eu por exemplo, já em tempos, não me lembro se aqui no DA, tinha dado a minha opinião negativa sobre o autor do livro. Mas realço que o DA se rege por princípios democráticos e respeita a liberdade dos colaboradores e comentadores.

Há ateus que desejariam que os comentários fossem filtrados mas a opinião dos responsáveis foi a de manter o espaço livre.

Quando comecei a publicar como colaborador (e porque sei que sou acutilante nas palavras), alguém me disse que jamais seria censurado. A responsabilidade seria apenas minha.

Mas eu, eu mesmo, que ao longo dos anos presenciei a postura radical ditatorial do clero, não posso ficar de palavrinhas mansas com essa classe. Porque essa classe fala de mansinho só para “os inícios”, depois agride quem não consegue domar.

Não há apenas pescadores de linha e anzol. Também os há de rede e de mergulho. E nem por isso deixam de ser pescadores. Por morrer uma andorinha não acaba a primavera.

Nos entrementes do escrever e publicar este post, Li comentários sobre o desaparecimento do post em causa e do reaparecimento do mesmo. Eu o vi em 1ª posição e também o vi na 3ª mais que uma vez. Quero com isto dizer aos leitores que o autor tem poderes únicos para o gerir.
1 de Junho, 2012 José Moreira

“Ódio ateu”

Não vou defender o Diário Ateísta, porque julgo não ter legitimidade para tal. Não vou defender os ateus, que não me parece precisarem de quem os defenda – eles safam-se lindamente, sozinhos. Mas vou exercer o direito à legítima defesa, porque me sinto atingido pelas palavras do Ricardo Pinho.

Quando li o artigo do Ricardo Pinho, fui assaltado por dois sentimentos que se confundiram por momentos: primeiro, julguei que os crentes já tinham o direito de “postar” o que é sinal de evolução democrática; depois, “apareceu-me” uma imagem de um puto birrento que, não gostando da sopa, não se limita a berrar “não gosto” ou “não quero”; vai mais longe, e cospe-lhe dentro.

No fim de contas, é o texto do Ricardo Pinho que mostra “ódio ateu”; não aos crentes ou à crença – o que já seria reprovável – mas aos seus pares ateus. Porque não pensam como ele.  O que é sinal de défice democrático. Aliás, consubstanciado na interdição de comentar.
Toda a gente sabe que Deus não existe.  Até o Papa. Mas se os ateus se ficassem por aí, isso equivaleria a voltarem para o armário onde foram obrigados a ficar durante a longa noite católico-fascista – passe a redundância.
O “25 de Abril” trouxe, além de outras coisas boas, a liberdade de expressão. Muitas dessas coisas boas estão a ser retiradas diariamente, e só quem não olha à sua volta é que pode ignorar esse facto. A liberdade de expressão não tardará a seguir o caminho dessas “coisas boas” que todos os dias se transformam em sonho desfeito. Aproveitemos, pois, enquanto podemos. Mais: não sejamos nós a contribuir para a destruição dessa liberdade, através da auto censura. Ricardo Pinho: pela parte que me diz respeito, calar-me-ei quando a isso for obrigado. Até lá, direi o que me apetecer – dentro dos limites que eu achar convenientes.
Poder-se-á objectar que a liberdade tem limites, que “a tua liberdade acaba quando começa a minha” e outras bestialidades do género. Pois bem: os limites à minha liberdade estão plenamente referidos nas leis e convenções sociais. Não preciso que nenhum crente – ateu ou agnóstico que seja – venha dar-me lições a esse respeito; quanto a uma  liberdade acabar quando outra começa, é a maior besteira que conheço: as liberdades não se confrontam, complementam-se. Não aceito lições de um alegado ateu que chama, ao espaço que lhe é oferecido de bandeja, “tasca ateísta”.
Os ateus conquistaram , entre outros, o direito à blasfémia. Se alguém tem o direito de impor divindades cuja existência nunca foi provada, eu tenho o direito de ridicularizar essas imposições. Peçam-me que respeite o cidadão Joseph Ratzinger, e eu não terei o menor problema; mas não me peçam para respeitar o Papa. Ou o Rabino. Ou o Aytatollah.
O Ódio ateísta” só existe na imaginação doentia do Ricardo Pinho. Porque ele não vê, porque não quer, que o ódio é destilado, diariamente, por tudo o que cheira a água-benta e crucifixo, aqui no Diário Ateísta. O Ricardo Pinho não vê, porque não quer, que os crentes não aparecem aqui para contraditar, mas para insultar. E se há excepções, elas só servem para confirmar a regra.  O Ricardo Pinho pretende, certamente, que nós sejamos tratados por “cães”, como já aconteceu mais do que uma vez, e, em resposta, demos a outra face. Ricardo Pinho, parece que houve um gajo que fez isso, há muitos anos, e mataram-no. Além disso, o “assim como nós perdoamos” pode fazer parte das suas orações. Das minhas, não faz.
Escrito com desrespeito ao novo
Acordo (?) Ortográfico.
1 de Junho, 2012 Luís Grave Rodrigues

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