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Dia: 1 de Setembro, 2011

1 de Setembro, 2011 Eduardo Patriota

Prefeito de São Paulo veta Dia do Orgulho Hétero

Carlos Apolinário, vereador evangélico da cidade de São Paulo
(Carlos Apolinário, vereador evangélico da cidade de São Paulo)

 

Mais uma vitória do bom senso.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vetou o projeto de lei 294/2005, do vereador Carlos Apolinário (evangélico da Igreja Assembléia de Deus), aprovado em 2 de agosto pela Câmara Municipal de São Paulo, que instituiu na cidade o Dia do Orgulho Heterossexual. Nas razões de veto encaminhadas ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto, Kassab afirmou que o projeto de lei é “materialmente inconstitucional e ilegal, bem como contraria o interesse público.”

Kassab afirma no texto que a ideia de comemorar o Dia do Orgulho Heterossexual e associar a prática à defesa da moral e dos bons costumes significa dizer, por via contrária, que a homossexualidade seria contra a moral e os bons costumes.

“Não é necessário fazer grande esforço interpretativo para ler, nas entrelinhas do pretendido preceito, que apenas e tão só a heterossexualidade deve ser associada à moral e aos bons costumes, indicando, ao revés, que a homossexualidade seria avessa a essa moral e a esses bons costumes”, diz o texto.

1 de Setembro, 2011 Carlos Esperança

Demografia, sobrevivência e fé

Segundo as previsões, o planeta terá 7 mil milhões de habitantes dentro de dois meses e a população não deixará de aumentar nas próximas décadas. A Terra, cada vez mais degradada pela poluição e pelo esgotamento de recursos, encaminha-se para disputas violentas pela posse da água e de alimentos, bens já escassos para a população actual.

O centro de gravidade político e económico está a deslocar-se para os países asiáticos com o declínio do império americano e a progressiva irrelevância da Europa, dilacerada por nacionalismos que se exacerbam em períodos de crise.

As religiões, com a sua vocação totalitária, ávidas de converterem a humanidade ao seu deus, fomentam a propagação da espécie humana e encaram o planeamento familiar e a contracepção como abominações, agravando a tragédia planetária e antecipando conflitos bélicos provocados pela fome e pelas rivalidades religiosas.

A ausência de uma autoridade mundial com força e moral para impor maior igualdade na distribuição dos recursos mundiais e a melhoria acelerada dos cuidados de saúde e de educação, deixa largo campo de manobra às religiões para se apropriarem das consciências a troco da caridade com que são hábeis a substituir a justiça social. É por isso que consideram pecado qualquer tentativa de redução das taxas de fecundidade além de saberem que a fome e a ignorância são o húmus onde medra a fé.

A energia a preços acessíveis está condenada e os cereais, essenciais para a alimentação, correm o risco de acompanharem a escalada dos preços do petróleo para se converterem em combustíveis.

O futuro do planeta não é risonho e o proselitismo religioso torna-se um acelerador das tragédias que se avizinham com os Estados a abdicarem da laicidade e a consentirem que as multinacionais da fé fomentem a rivalidade e o ódio.

A demografia e a fé são armas de destruição maciça.