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Dia: 10 de Março, 2011

10 de Março, 2011 Miguel Duarte

Passagem do Documentário “The Nature of Existence”

No próximo dia 16 de Março, pelas 20:00, irá realizar-se mais um dos encontros Ateístas e Humanistas, que se costumam realizar mensalmente (terceiras quartas feiras de cada mês). Desta vez, o encontro é especial, pois iremos passar o documentário “The Nature of Existence“, e contaremos com a posterior presença do Director do mesmo Roger Nygard, via Skype.

O encontro é na Loja de História Natural, em Lisboa, sendo que se pede a todos os que queiram estar presentes para confirmar na página do Meetup dos Encontros Ateístas e Humanistas.

A entrada é gratuita, mas, pede-se a quem queira estar presente para fazer um pequeno donativo e/ou para trazer comida/bebida, por forma a partilhar com os restantes participantes (existirá uma mesa com doces/salgados/bebidas no local).

Sinópse do Documentário

What if you asked the religious experts, gurus, scientists, and atheists of the world why we exist, and what are we supposed to do about it? What started the Universe, and was it a mistake?
Does God exist, and why does he seem so interested in our sex lives? Who do you think wins that debate? After exploring the phenomenon of Trekkies, filmmaker Roger Nygard journeyed to the source of each of the world’s belief systems, to find people who have influenced, inspired, and freaked out humanity…
Including high-profile atheists such as Stanford physicist Leonard Susskind (co-discoverer of string theory), Harvard Psychologist Daniel Gilbert (author, Stumbling on Happiness), actor/monologist Julia Sweeney (Letting Go of God), film director Irvin Kershner (Star Wars: The Empire Strikes Back), Ann Druyan (author and wife of the late Carl Sagan), evolutionary Biologist Richard Dawkins (The God Delusion), and many more….

“If an individual has faith that he is Napoleon, then you say he’s loony. But if a hundred million people have faith in some god, then because it’s a hundred million, you’re supposed to respect it. But there’s actually no more evidence for their god, than for the lunatic’s belief that he’s Napoleon.”
Richard Dawkins, in “Then Nature of Existence”

“Roger Nygard’s ‘The Nature of Existence’ is wonderful!’”
debunkingchristianity.blogspot.com

“…amusing, informative, and well worth seeing…it will teach, entertain, and provoke thought…often amusingly bizarre… you’ll see and hear things you never knew before. Or imagined. And if you’re attentive, you’ll get the jokes. Think Religulous except more ambitious and less mean.”
Richard Carrier Blogs

“The Nature of Existence is a timely, thought-provoking trip. … walks a wide span of the theological, philosophical and scientific waterfront, offering voices ranging from mainstream Christianity, Judaism, Islam, Hinduism, Taoism and Buddhism to physicists, atheists , pagans, the Nation of Islam, spiritualists, and the Church of Satan…he has come away with a movie that may be the most enjoyable philosophy class ever.”
**** Dallas Morning News

Skepticality podcast #143 (Skeptic Magazine):
http://www.podcastdirectory.com/podshows/9245359

CFI – Point of Inquiry with Robert Price:
http://www.pointofinquiry.org/roger_nygard_the_nature_of_existence/

Freethought Radio (July 3rd broadcast):
http://www.ffrf.org/news/radio/shows/

10 de Março, 2011 Ricardo Alves

Censo de 2011: quantos infiéis somos?

Está na rua o Censo de 2011. Como ateu consciente e cidadão atento à evolução do fenómeno religioso, interessa-me a última pergunta do questionário individual: a delicada «qual é a sua religião». A situação é conhecida: o grupo em que me incluo, os «sem religião», é a maior minoria, e também a que mais cresceu entre 1991 e 2001.

O censo é a única operação oficial de contagem dos residentes em Portugal por critério de religião. Felizmente a única, porque o Estado não deve meter o nariz no que é matéria de convicção pessoal. E assim a Constituição nos garante, como deve, o direito de nem responder à questão.

As respostas registam sempre um número elevadíssimo de católicos, quase quatro vezes superior aos que se encontram na missa em qualquer domingo. O que acontece, em primeiro lugar, porque muitas pessoas entendem a pergunta «qual é a sua religião» como uma questão sobre se foram baptizados ou não. Mas não é disso que se trata.

Não ajuda que a pergunta do censo mencione, logo em primeiro lugar, a resposta «católica». Em mais nenhuma pergunta se seguiu, como a da religião aparenta, o critério da maioria (esperada) das respostas para as ordenar. Por exemplo: as respostas para o país de nascimento (quando no estrangeiro, questão oito) seguem a ordem alfabética. E as respostas à pergunta «como se desloca para o trabalho» (questão 21) começam com «a pé», e não «de carro» ou «de autocarro». No mínimo, o ordenamento é capcioso.

Também não ajuda que as categorias não católicas que se oferecem como resposta tenham designações tão estranhas que dificultam a identificação. «Ortodoxa» é um modo de viver a religião, não é uma religião. Seria melhor usar «católica romana» e «católica ortodoxa». «Protestante» será adequado para luteranos ou anglicanos, mas não para a maior minoria religiosa não católica, os que se designam a si próprios como «cristãos evangélicos». «Judaica» levanta outra questão: porquê incluir uma comunidade religiosa tão diminuta (quatro locais de culto no país inteiro) quando o Censo ignora as Testemunhas de Jeová (650 c0ngregações em Portugal, dizem eles) ou a IURD (que chegam a usar estádios de futebol)? Parece, sejamos claros, discriminatório. Porque, das duas, uma: ou o critério aqui deveria ser o número, e as opções seriam outras, ou a lista deveria ser exaustiva, e seria muito mais longa (ou com uma opção em aberto para se acrescentar «ateu», «agnóstico», «pagão», «satânico» ou «cavaleiro de Jedi»).

Seja qual for a opção, nada melhor do que escolhê-la esclarecidamente.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

10 de Março, 2011 Carlos Esperança

Papa iliba judeus da morte de Jesus

O Papa, este papa, Bento XVI, reaccionário e anti-semita, amigo do peito e da hóstia da seita fascista Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), herança do excomungado arcebispo D. Marcel Lefebvre, de fortes convicções nazis e anti-semitas, vai ilibar, num novo livro, totalmente, o povo judeu da morte de Jesus Cristo.

Não se percebe donde vem a autoridade papal para absolver ou condenar crentes de uma religião concorrente mas é útil que o «ninho de víboras», como o Evangelho de Mateus (3:7) designa o judaísmo, insulto repetido por Lutero e Hitler, passe a ser considerado um acto de racismo e xenofobia para com os crentes da religião de que o cristianismo se cindiu e de que o islamismo é uma caricatura grotesca.

Quem diria que o entusiasta da missa tridentina e da oração das sextas-feiras, contra os judeus, absolveria os «deicidas» que o Novo Testamento odeia. Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente anti-semitas, «mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».

Se o anti-semitismo não fosse a marca indelével do cristianismo, ainda mais implacável no islamismo, essa cópia grosseira do judeo-cristianismo, quantas vidas, guerras e tragédias não teriam sido evitadas? As fogueiras da Inquisição, o terrorismo islâmico e o próprio Holocausto, apesar da natureza secular deste, devem muito ao anti-semitismo.

Resta pensar que o sionismo é também a nódoa judaica que permanece numa crença que inventou um deus para si, povo eleito, deus que jamais fez prova de vida nas tragédias que as religiões do Livro têm provocado.

Lembro aqui algumas das tragédias que o anti-semitismo provocou:

Perseguições aos judeus em Espanha com os ataques às judiarias (Toledo, 1355, 12 mil mortos; Palma de Maiorca, 1391, 50 mil mortos; Sevilha, 1391, etc.; com a Inquisição (1478) milhares deles procuraram refúgio em Portugal. Outros, por medo, deixaram-se converter ao catolicismo. Uma perseguição tão cruel levou as judiarias espanholas à miséria, até que em 1492 foi declarada a expulsão dos judeus da Espanha.

Em Portugal, o anti-judaísmo provocou a revolta popular contra os cristãos-novos e os judeus ocorrida em Abril de 1506 – o infame Progrom de Lisboa. A superstição agravou o medo da peste que grassava na cidade e as dúvidas de um judeu em relação ao suposto milagre desencadeou uma onda de ódio, estimulada por um frade, que perseguiu, matou espancou e arrastou semi-vivos para as fogueiras que logo se acenderam na Ribeira e no Rossio – um massacre de 4 mil judeus, enquanto dois frades, o português João Mocho e o aragonês Bernardo, um com uma cruz e o outro com um crucifixo erguido, bradavam: Heresia! Heresia!, atiçando o ódio.